Hexa dez anos: Especial de seis semanas começa relembrando vitória do Flamengo sobre o Santos

Petkovic foi um dos grandes nomes do título brasileiro

Petkovic foi um dos grandes nomes do título brasileiro Foto: Jorge William/31.10.2009
Thales Machado

O torcedor rubro-negro que há 10 anos acordou e foi até uma banca de jornal e comprou o EXTRA naquele primeiro dia de novembro de 2009 ficou feliz com o que viu: o Flamengo tinha vencido o Santos no dia anterior, num sábado em que o Maracanã recebeu mais de 80 mil torcedores. Com a vitória — 1 a 0, gol de Adriano, o Flamengo entrava no G4, e a classificação para a Libertadores já era realidade. O título, ainda não.

O Palmeiras ainda liderava o campeonato quatro pontos à frente, e São Paulo e Atlético-MG ainda tinham mais pontos. Faltando apenas cinco jogos, o hexacampeonato só aconteceria em caso de uma reviravolta no campeonato, o que aconteceu nas seis semanas até a partida final, contra o Grêmio. Ao longo dos próximos quarenta dias, uma década após a conquista, o Jogo Extra trará reportagens especiais sobre os dez anos do hexa e seus jogos, personagens e histórias.

A do jogo contra o Santos começou logo aos 6 minutos do primeiro tempo, com o Imperador. Adriano abriu o placar com uma cabeçada certeira e deixou tudo mais fácil. O Flamengo foi melhor em campo em todo o jogo, apesar dos dois pênaltis que o jovem Paulo Henrique Ganso, hoje um experiente jogador no Fluminense, desperdiçou. Ambos foram defendidos por Bruno, goleiro da equipe campeã, e que viveu seu melhor momento no campeonato naquele jogo, mas que ficou marcado pela prisão (no ano seguinte) e condenação (em 2013) pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho.

— É impossível olhar para as imagens e fotos (do hexacampeonato) e não ter um sentimento de desperdício quando ele aparece. É impossível escapar do luto por quem ele vitimou no caminho —opina David Butter, jornalista e produtor rubro-negro, que apesar de relembrar com orgulho da vitória sobre o Santos e do título inesperado, pontua o caso do goleiro:

— Ele conseguiu desperdiçar a própria carreira, atrapalhar a vida de tanta gente, não só da vítima. E embaçar a lembrança de uma glória, parcialmente, porque a figura chama essa memória junta. No meu caso, não acho uma figura ambivalente: é um sujeito que estragou tudo. O nome está lá, mas a pessoa por trás é difícil tratar. Sinto um senso de desgosto. Não tem como você ficar na fotografia de 2009 e isolar tudo que aconteceu.

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