Hospital de Retaguarda em Neurologia, no Recife, pode ser fechado por término do contrato

O contrato do hospital com o Governo de Pernambuco tem previsão para ser encerrado no próximo dia 30 de junho

Hospital de Retaguarda em Neurologia
Hospital de Retaguarda em Neurologia – Foto: Divulgação

Pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital de Retaguarda em Neurologia, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, estão aflitos com a possibilidade de fechamento da unidade de saúde.

Isso porque o contrato de gestão do local, que é administrado por uma Organização Social de Saúde (OSS), a Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH), tem previsão de encerramento no próximo dia 30 de junho. Funcionários estão sob aviso prévio.

O Hospital de Retaguarda em Neurologia foi ativado em março de 2022, com recursos do Governo de Pernambuco, com o objetivo de ser um hospital de campanha em funcionamento até o fim da situação emergencial.

estado de emergência provocado pela pandemia de Covid-19 em Pernambuco é válido até o dia 30 de junho. Após o período, os contratos serão encerrados, e os pacientes serão transferidos para outras unidades.

O Hospital de Retaguarda em Neurologia conta com 85 leitos, sendo 10 de terapia intensiva e 75 leitos de enfermaria. De março de 2022 ao mesmo mês deste ano, o hospital atendeu mais de 2.400 pacientes.

De acordo com funcionários, o local recebe pacientes do Hospital da Restauração e do Hospital Pelópidas Silveira, com o objetivo de diminiur o fluxo nas emergências estaduais.

Na manhã desta terça-feira (6), acompanhantes de pacientes internados no Hospital de Retaguarda em Neurologia se reuniram em frente à unidade de saúde para pedir o não fechamento do local.

Além da unidade de saúde, o Hospital Brites de Albuquerque, na Cidade Tabajara, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, também se encontra na mesma situação.

O local possui contrato de gestão com uma OSS, a Hospital do Tricentenário, cujo contrato vai até o fim o estado de emergência.

Nessa segunda-feira (5), funcionários do Hospital Brites de Albuquerque fizeram um protesto após receberem aviso prévio.

Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) emitiu, nesta terça-feira (6), uma nota em que repudia a atuação da Secretaria de Saúde Pernambuco e do Governo do Estado quanto à gestão do Hospital Brites de Albuquerque.

Na nota, o Coren-PE também defende a permanência do funcionamento do Hospital de Retaguarda em Neurologia e diz que o fechamento da unidade de saúde “vai resultar em consequências severas para os pacientes que dependem de atendimento no local” e na demissão dos funcionários que atuam no hospital.

Confira nota do Coren-PE na íntegra:
“O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) repudia a atuação da Secretaria de Saúde Pernambuco e do Governo do Estado quanto à gestão do Hospital Brites de Albuquerque, unidade de saúde localizada em Olinda. A falta de agilidade na renovação do contrato com a Organização Social de Saúde, que faz o gerenciamento do Hospital, tem causado angústia e aflição entre os pacientes e os 642 profissionais que atuam no local, em sua maioria integrantes do corpo de enfermagem, que já foram informados sobre a suspensão dos contratos de trabalho e encontram-se em aviso prévio.  Atualmente, o Hospital Brites de Albuquerque possui uma estrutura relevante dentro do organograma da rede pública de saúde do estado, contando com laboratórios de análises clínicas, radiologia e eletrocardiograma, além de oferecer serviços como nutrição e psicologia. São 60 leitos para tratamento intensivo (UTIs) para adultos e 30 pediátricos, além de 40 leitos clínicos para adultos e 20 de enfermaria pediátrica. O Coren-PE entende que o encerramento das atividades da unidade acarretaria em um prejuízo incalculável para a população e profissionais que lá atuam.

O Conselho ressalta que um cenário semelhante se desenha com a possibilidade de desmobilização do Hospital de Retaguarda em Neurologia de Pernambuco, localizado no bairro do Prado, no Recife. A unidade começou a funcionar em março do ano passado, na tentativa de desafogar o Hospital da Restauração, ampliando assim a oferta de assistência aos pacientes que possuem problemas neurológicos que exigem atendimento imediato. O Hospital integra o conjunto de unidades abertas pelo Governo do Estado para atender aos fluxos relativos à Covid-19. Apesar do fim do estado de emergência de saúde pública internacional, declarado pela organização mundial da saúde (OMS), no início do mês passado, o Coren-PE ressalta que o fechamento da unidade de saúde vai resultar em consequências severas para os pacientes que dependem de atendimento no local, sem falar na demissão dos funcionários que atuam no hospital”.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) na manhã desta terça-feira (6), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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