O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), chamou hoje de “corporativistas” os senadores de sua bancada que se negam a apoiar as Medidas Provisórias do ajuste fiscal que alteram as regras do seguro desemprego e da concessão de pensão por morte.
Os dissidentes são Paulo Paim (RS), Walter Pinheiro (BA) e Lindberg Farias (RJ). Este último, inclusive, chegou a sugerir a demissão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alegando que ele não está a serviço dos trabalhadores, e sim dos banqueiros.
Paim disse que não vota de jeito nenhum a favor de medidas que retiram conquistas dos trabalhadores e que vai votar a favor da flexibilização do “fator previdenciário”, já aprovada pela Câmara Federal, na semana passada.
Questionado sobre se Dilma Rousseff poderá vetar este projeto, o senador gaúcho respondeu: “Se ela vetar, a gente derruba o veto”.
Segundo Humberto Costa, é preciso pensar mais no Brasil, e menos nos interesses eleitorais de cada um. E disparou:
“Eu lembro de 2003 quando Lula (então presidente da República) foi obrigado a tomar medidas amargas para equilibrar o país. Muita gente disse que ele havia se convertido ao liberalismo, que estava defendendo os interesses do setor financeiro. E foram os mesmos que, dois ou três anos depois, choravam para que o presidente fosse defendê-los em seus palanques eleitorais”.
A resistência de petistas à aprovação das MPs gerar um complicador para o governo, a exemplo do que ocorreu na Câmara Federal, quando o MDB concordou em votar a favor ao ajuste, desde que o PT fechasse questão (pela sua aprovação). E a pressão deu resultado.