Humberto Costa foi reconduzido a contragosto à liderança do PT no Senado Federal. Havia dito ao ministro Jaques Wagner que não gostaria de ficar no cargo por vários motivos. Primeiro, porque já dera sua contribuição a Dilma Rousseff, defendendo nos últimos três anos um governo impopular, o que teve reflexos na sua imagem. Segundo, porque precisava ficar mais livre neste ano de eleição para reorganizar o PT de Pernambuco, que saiu bastante fragilizado das duas últimas eleições. Elegeu apenas 13 prefeitos em 2012, dos quais quatro deixaram o partido, e perdeu os três deputados federais que elegera em 2010: João Paulo, Fernando Ferro e Pedro Eugênio. Nenhum dos três foi reeleito em 2014. No entanto, como nenhum outro senador se interessou pela liderança, Humberto foi reconduzido ao cargo por aclamação. Isto, sim, é colocar os interesses de Dilma, do governo e do PT acima dos seus interesses pessoais.
Humberto Costa não queria continuar na liderança do PT no Senado, mas como ninguém se interessou pelo cargo ele aceitou o sacrifício
Um petista sincero
Dos 12 senadores da bancada do PT, ninguém defende o governo Dilma com mais convicção do que Humberto Costa. Paulo Paim (RS), Lindberg Farias (RJ) e Walter Pinheiro (BA) são críticos da política econômica e por isso foram descartados para o cargo de líder. Gleisi Hoffmann (PR) seria uma alternativa para o lugar do petista pernambucano. Mas está sendo investigada pela Polícia Federal por suposto recebimento de propina e se excluiu da disputa.
