A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) acompanha um caso de interação entre um sagui e um idoso de 72 anos, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste, cidade que registrou uma morte por raiva humana em janeiro deste ano.
O mais recente ataque aconteceu nessa quarta-feira (29), nas proximidades de um bar localizado na entrada do município, e foi gravado por frequentadores da localidade.
Nas imagens, o animal ataca o idoso na região do rosto e também na perna. O homem foi ferido por arranhões na testa e na parte da barba, e mordido na perna.
Segundo a SES-PE, após o ocorrido, a vítima recebeu assistência médica e iniciou as medidas de profilaxia antirrábica humana, com utilização de vacina e soro.
“A Diretoria de Vigilância Ambiental informa que está acompanhando, por meio da IV Gerência Regional de Saúde (Geres), o caso de interação entre um sagui e um homem na cidade de Santa Maria do Cambucá”, afirmou a pasta.
Morte por raiva humana
No último dia 11 de janeiro, uma mulher de 56 anos morreu após contrair raiva humana transmitida pela mordida de um sagui, em Santa Maria do Cambucá.
A paciente apresentou uma lesão na mão esquerda depois e teve quadro de dormência, que se irradiou para o tórax. Ela também tinha dores e fraqueza, e estava internada desde o dia 31 de dezembro, no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife.
Um exame feito pelo Instituto Pasteur confirmou a contaminação por raiva. A mulher estava sendo assistida por uma equipe multiprofissional do hospital na capital pernambucana, que confirmou o óbito.
A mulher foi a primeira pessoa acometida pela raiva em Pernambuco em oito anos. A doença pode ser transmitida ao ser humano pela mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal infectado.
O que é a raiva humana?
Doença viral infecciosa que afeta o sistema nervoso central, a raiva humana pode ser fatal. É transmitida por meio da saliva de animais infectados, que penetra na pele ou mucosas de humanos por meio de mordidas, arranhaduras ou lambeduras. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus.
“O vírus é um só. A diferença da contaminação via animal doméstico ou silvestre é que o doméstico tem um risco menor de se contaminar, diferente do silvestre. Animais domésticos geralmente são vacinados e não convivem tanto com outros animais. Quando a transmissão vem de um animal silvestre, é preciso fazer um tratamento completo com vacina e soro. A letalidade é de quase 100%. Só temos um caso no Brasil que não evoluiu a óbito”, citou a infectologista Anne Caroline Chidwick.
Em 2008, Marciano Menezes da Silva, à época aos 16 anos, foi contaminado pela raiva humana após ser mordido por um morcego, em Floresta, no Sertão de Pernambuco. O jovem ficou internado de outubro de 2008 a setembro de 2009, se recuperando após tratamento.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico é feito por meio laboratorial. A forma mais eficaz de se prevenir contra a prevenção é pela vacinação pré ou pós-exposição. Em caso de agressão de animais silvestres, a primeira medida de prevenção é procurar assistência médica para a realização da profilaxia.
“No primeiro contato com o animal, é preciso ir para uma unidade de saúde, seguindo o fluxograma da prevenção. Se for doméstico, o paciente será observado, com avaliação do ferimento e orientação para vacina. No caso dos silvestres, além da vacina, é preciso aplicar o soro, como se fosse um antídoto imediato contra o vírus”, explicou a infectologista.