Ignorado por líderes do G20, restou a Bolsonaro tentar conversar com os garçons, diz Jamil Chade

Isolamento de Jair Bolsonaro, que sequer foi cumprimentado pelos líderes do G20, revela que o Brasil “virou um pária” aos olhos da comunidade internacional

(Foto: Reprodução/Youtube)
A reunião de cúpula do G20, em Roma, mostrou ao mundo o isolamento internacional de Jair Bolsonaro, que está há quase três anos no poder. Enquanto lideranças como Angela Merkel (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Antônio Guterres (ONU), Ursula van der Leyen (UE) , Scott Morrison (Austrália), Justin Trudeau (Canadá) e Narendra Modi (Índia) e Boris Johnson (Reino Unido) debatiam questões econômicas e o combate à Covid-19, Bolsonaro buscou chamar, sem sucesso, a atenção dos garçons.

“Cada um deles, ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão”, afirma o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL.

Ainda segundo o jornalista, o ex-capitão também não conseguiu atrair a atenção dos garçons e “permaneceu por longos minutos sozinho, apenas apontando o dedo para aqueles que ele achava reconhecer”.

“Seus assessores foram atrás de amigos. E encontraram um deles: Tayyip Erdogan, presidente da Turquia”, ressalta Chade. “A conversa, repleta de mentiras por parte do brasileiro, durou apenas alguns poucos minutos, sem gerar um só sorriso por parte do líder turco. Bolsonaro não perguntou como estava a Turquia, não falou das relações bilaterais e nem fez propostas para salvar o mundo. “Poucos instantes depois, outro líder que estava na roda e que foi ignorado pelo brasileiro decidiu virar as costas e falar com outro grupo. Era Olaf Scholz, o provável novo chanceler da Alemanha”, destaca.

O colunista ressalta, ainda, que o isolamento de Bolsonaro foi registrado até mesmo durante a reunião, se dirigindo ao local do evento “apenas com seus ministros”. “Desconfortável, sem interlocutores e simplesmente deslocado, o presidente era o retrato de um líder que, depois de quase três anos no poder, não consegue construir uma inserção positiva para o país no mundo”, completa.

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