Incêndios florestais: bombeiros encaram missão humanitária na Bahia

Incêndios florestais atingem casas no oeste baiano

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Com um grande incêndio florestal combatido há 40 dias em Muquém do São Francisco, a região Oeste é a que mais tem registrado focos de calor no estado, favorecidos pelos ventos, baixa umidade do ar e forte calor. Este ano a Bahia já registrou mais de 5 479 focos, registrados pelos satélites pelo programa de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Na zona rural de Formosa do Rio Preto, divisa com Piauí e Tocantins, um incêndio atingiu além de matas nativas, também lavouras e queimou duas residências na última terça-feira, quando o calor chegou a 39.8º no município. De acordo com a Defesa Civil de Formosa, nenhuma pessoa se feriu e outras residências próximas quase foram atingidas. Além de bombeiros e brigadistas, equipes da Assistência Social e da Saúde foram deslocadas para a região atingida.

Mais de metade do território baiano (todo Oeste, Noroeste, parte do Norte, do Centro e do Sudeste) passou a quarta-feira com aviso do sistema de AlertAS do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) nas cores Amarela e Laranja (indicando umidade do ar entre 12% e 20%), com riscos à saúde e perigo eminente de incêndios.

Os focos estão concentrados no Centro-Oeste e Norte baiano, regiões que estão há meses sem chuvas, o que acontece neste período do ano, deixando a vegetação propícia às queimadas. De acordo com o meteorologista do Inema, Aldirio Almeida, “apenas na segunda quinzena de outubro que devem ocorrer eventos de chuva em uma área mais ampla do estado, o que poderá contribuir para a melhora deste quadro (nestas regiões)”.

Com 68 municípios com decretos de emergência por estiagem, reconhecidos até ontem pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), a população afetada diretamente pelo clima é de 609.157 pessoas no estado. Essas famílias estão sendo atendidas pela Operação carro Pipa do Exército, em 42 municípios com 619 caminhões.

Segundo o titular da Sudec, Osny Bomfim, o órgão está em constante contato com as defesas civis dos municípios e acompanhando a Sala de Situação do Inema. “Nenhum incêndio começa grande. Defendemos que cada vez mais sejam criadas e equipadas as brigadas nas próprias localidades”, disse, destacando que a Sudec como parte do programa Bahia Sem Fogo (BSF) está atuando na conscientização, preparação das pessoas e distribuição dos materiais necessários.

Conforme nota divulgada ontem pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM BA) as guarnições seguem combatendo incêndios florestais nos municípios de Muquém do São Francisco, Luís Eduardo Magalhães, Barra, Pilão Arcado, Sobradinho, Bom Jesus da Lapa, Santa Maria da Vitória, Vitória da Conquista e Barra do Choça.

“Atualmente estão empregados cerca de 220 bombeiros militares dedicados exclusivamente ao serviço desempenhado nas Bases Florestais. Este ano, 521 incêndios foram combatidos”, conforme o CBM BA. Além dos militares, os municípios contam com brigadas voluntárias e equipes do PrevFogo/Ibama

Segundo nota da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) a média das 56 barragens consideradas como mais relevantes no estado é de 78,1%. “Destas, 10 estão com o volume de água entre 3,22% e 47,21%. As demais estão com volume reservado entre 51,10% e a 100% da sua capacidade total”. Os níveis mais baixos estão no território Sertão Produtivo.

Reforço

Para auxiliar os bombeiros que estão com dificuldades de extinguir o fogo na Serra do Cipó, em Muquém do São Francisco, a partir desta semana um helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) está na região. A aeronave realiza o lançamento de água nas áreas atingidas e auxilia no transporte dos combatentes.

Segundo a diretora-geral da Sema e coordenadora do Grupo de Trabalho do Programa Bahia Sem Fogo, Daniella Fernandes, o planejamento para esta temporada de calor e fogo teve início em janeiro e o trabalho já passou por diferentes etapas. Ela citou que esta semana teve início outro conjunto de ações preventivas, com as Blitzes Preventivas e as Rondas Verdes.

“As rondas verdes farão visitas nas comunidades para fiscalizar e investigar se existem queimadas ou outras práticas que favoreçam incêndios, além de orientar os produtores”, explicou, acrescentando que profissionais de diversos órgãos fazem parte do trabalho e que as blitzes nas estradas vão contar também com policiais.

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