Indiciamento é tentativa de desviar foco da vitória de Trump, dizem bolsonaristas
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de 36 outras pessoas na investigação da trama golpista para impedir a posse de Lula (PT) é uma tentativa da esquerda e do governo de desviar atenção para a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, defendem bolsonaristas.
Líder da oposição na Câmara, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) ironiza o momento do indiciamento. “Curioso tudo isso acontecer nesse momento em que tivemos uma vitória acachapante nas eleições municipais e, consequente, derrota da esquerda, além da eleição de Trump nos EUA”, afirma.
“Mais curioso ainda é essa narrativa iniciar com o atentado fake do tal Tio França, que levou a desdobramentos de fatos que foram levados a público de forma relâmpago. Tudo isso tem apenas um objetivo: manter a narrativa de golpe contra Bolsonaro e a direita.”
Segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também publicou em uma rede social um vídeo no qual afirma que todos os indiciamentos são “reação à eleição de Donald Trump”.
“O desespero bateu, eles viram que a volta de Bolsonaro é uma realidade e agora querem reagir, querem sapatear, querem continuar contando a história e o enredo que o presidente Lula já falou, que tinha que contar uma narrativa”, diz, exibindo, a seguir, um recorte descontextualizado sobre uma fala do presidente.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) endossa essa avaliação. “Depois de Trump, eu afirmei que eles [governo] iriam vir com tudo, acelerar todas as barbaridades, porque sabem que têm pouco tempo”, diz.
Já Júlia Zanatta (PL-SC) defende Bolsonaro e diz que o ex-presidente “é o maior perseguido político do país”. “Mesmo assim, se fortaleceu com as eleições municipais e também com a vitória de Trump. Ou seja: o desespero de seus algozes bateu na porta.”
“Na democracia relativa, o juiz é vítima, acusador, tudo. Nesta democracia de faz-de-conta que inventaram até um golpe fake, claro que o alvo principal seria o presidente Bolsonaro.”
Danielle Brant, Folhapress