Renata Bezerra de Melo
A insatisfação do PSDB com o PMDB, após a votação do processo de impeachment fatiado da presidente Dilma Rousseff, está ancorada em um cálculo de votos da segunda votação, quando a inabilitação da petista foi rejeitada. Do total de 36 votos favoráveis à manutenção dos direitos políticos da petista, 10 foram do PMDB. Isso quer dizer que os peemedebistas se uniram a mais 10 petistas e a demais votos salteados do PDT, PSB, PTB, PR, PSD, PCdoB, PPS e PP.
A queixa dos tucanos tem a ver com o fato de eles não terem contribuído com esse placar e, embora petistas assegurem que não houve acordo entre PT e PMDB, a matemática aponta uma comunhão entre representantes das duas siglas. “Eles votaram para desvincular. O PSDB não. Como não teve acordo, se eles votaram juntos?”, indaga o deputado federal Daniel Coelho. O fatiamento repercutiu como uma abertura de precedente para o deputado Eduardo Cunha. Do lado do PT, o senador Humberto Costa, à coluna, considerara: “Isso é a turma do PSDB que quer dizer que foi feito acordo. Eles é que não estão conseguindo cassar o Eduardo Cunha e ficam com essa conversa mole”. Daniel deixa uma interrogação de volta: “E é só o PSDB que tem que cassar Eduardo Cunha é? E o PT não? Só a gente?”. Esse é julgamento que se dará daqui a oito dias. A conferir. (FolhaPE)