A intolerância à lactose é a incapacidade, parcial ou total, de digerir o açúcar do leite. De acordo com a nutricionista Charlene Cavalcanti, do Hospital Jayme da Fonte, isso costuma acontecer porque o corpo do intolerante apresenta deficiência de lactase, a enzima que faz a digestão da lactose, o que provoca uma série de desconfortos gástricos.
“O intolerante fica em um processo de disbiose, que é o desequilíbrio da flora intestinal, apresentando sintomas como gases, diarreia e constipação”, disse Charlene.
A especialista explica ainda que a intolerância pode se apresentar de forma leve, moderada ou intensa, variando de acordo com o tipo de intolerância. “Existe a congênita, que é quando o organismo não produz nenhuma lactase desde a infância. Ela é rara e é uma ‘herança’ genética”, cita Charlene.
Há ainda a primária, quando o organismo vai parando de produzir a lactase conforme a pessoa vá envelhecendo, e a secundária, ou adquirida, que é quando a produção de lactase é diminuída devido a alguma doença intestinal. Neste último caso, ela pode ser temporária e desaparecer conforme a doença intestinal que a causa for tratada.
Diferença da alergia
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma reação imunológica do organismo. Causada pela caseína — e outras proteínas presentes no leite —, ela apresenta reações que vão além das intestinais.
“Ela costuma aparecer nos primeiros anos de vida da criança, que passa através do aleitamento materno ou do contato com o leite de vaca”, esclarece Cavalcanti.
Dentre os sinais que alertam para uma alergia à proteína, estão problemas respiratórios, como tosse e bronquite; problemas de pele, como feridas ou coceira; além dos problemas gástricos, que são semelhantes aos da intolerância.
Convivendo com a condição
Para continuar consumindo o leite e seus derivados, o intolerante pode fazer o uso da enzima lactase, evitando os problemas intestinais após a ingestão. Já no caso da APLV, como se trata de uma condição que acomete crianças, ela precisa parar de ter contato com o leite de vaca.
“Geralmente, crianças com APLV fazem o uso de uma fórmula hipoalergênica, que evita as reações. Também é importante que a mãe passe a não consumir leite e derivados, já que o bebê recebe isso pela amamentação”, alerta Charlene.
A boa notícia, segundo a nutricionista, é que a APLV não costuma persistir na fase adulta e também não é fator determinante para que o organismo seja intolerante à lactose no futuro.
“De todo modo, é importante ter um acompanhamento profissional, principalmente pela semelhança de alguns sintomas, e também para entender até que ponto isso pode impactar na qualidade de vida do paciente e como será feita a intervenção”, finalizou Cavalcanti.
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