Invasores do Capitólio perdoados por Trump começam a deixar prisões
A decisão do presidente republicano beneficia mais de 1,5 mil réus, incluindo Stewart Rhodes, ex-líder da milícia de extrema direita Oath Keepers
A decisão do presidente republicano beneficia mais de 1,5 mil réus, incluindo Stewart Rhodes, ex-líder da milícia de extrema direita Oath Keepers, que teve sua pena de 18 anos de prisão comutada. Rhodes foi libertado na madrugada desta terça em Cumberland, Maryland. O perdão gerou forte reação de legisladores que estavam no edifício durante o ataque de 2021, considerado uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
“O perdão de Trump é uma afronta à democracia e uma clara demonstração de que ele coloca seus interesses acima do país”, declarou a deputada democrata Nancy Pelosi, que era presidente da Câmara dos Representantes na época do ataque. Pelosi estava entre os vários parlamentares que precisaram se abrigar enquanto os invasores forçavam entrada no prédio, causando danos e confrontando a polícia.
A ofensiva ao Capitólio, que resultou em cinco mortes e centenas de feridos, foi amplamente condenada nos Estados Unidos e internacionalmente. Durante o julgamento de alguns dos participantes, as autoridades destacaram que o evento marcou um dos momentos mais graves para a democracia americana. Agora, com o perdão presidencial, discute-se o impacto da medida na polarização política do país.
Stewart Rhodes, que à época do ataque foi acusado de conspiração sediciosa, celebrou sua liberdade. “Sempre soube que o presidente estava do nosso lado e que a justiça prevaleceria”, afirmou ao deixar a prisão. Ele também prometeu continuar atuando politicamente: “A luta pela liberdade não acabou”.
Críticos da decisão argumentam que o perdão pode incentivar futuras tentativas de subversão da ordem democrática. “Essa medida cria um precedente perigoso e envia a mensagem de que ataques contra nossas instituições podem ficar impunes”, alertou o senador republicano Mitt Romney, uma das poucas vozes críticas dentro do partido de Trump.
Enquanto apoiadores do presidente comemoram o ato como um gesto de reconciliação, especialistas apontam que a decisão pode aprofundar as divisões no país. Analistas destacam que o perdão reforça a narrativa de Trump como defensor de seus seguidores mais fervorosos, ao mesmo tempo em que alimenta as críticas sobre sua conduta presidencial.