Isso ocorre devido ao solstício de inverno, quando o Hemisfério Norte passa a receber mais luz solar que o Hemisfério Sul – onde o Brasil está situado -, fazendo com que anoiteça mais cedo no País.
Uma das principais características da época são as baixas temperaturas e a presença mais intensa de chuvas.
Para Pernambuco, são previstos volumes de chuva entre normal e acima da média, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
“A gente espera que haja uma variabilidade normal para a época do ano, com chuva um pouco acima da média, já que o Oceano Atlântico está um pouco quente e a gente tem uma neutralidade no Pacífico, mas não existe nada de anormal para o período”, destaca o meteorologista da Apac Thiago do Vale.
O especialista explica que o fenômeno meteorológico Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOLs) será o responsável por provocar chuvas mais intensas no Estado na estação.
Thiago do Vale também informou que, durante o inverno, estão previstos de 300 a 350 milímetros de chuva mensal na Região Metropolitana do Recife e nas Zonas da Mata Norte e Sul.
Para o Agreste, o especialista prevê que o volume mensal fique entre 150 e 200 mm.
“Já para o Sertão, a gente não tem tanta expectativa de chuva, que deve ficar abaixo de 100 milímetros por mês”, explicou o meteorologista, que prevê, para a região, noites mais frias e tardes amenas.
Com temperaturas mais baixas, a umidade do ar deverá aumentar. Os ventos devem ser intensificados a partir de agosto.
“Eventos meteorológicos que acontecem nessa época podem estar associados com a intensificação dos ventos, mas essas intensificações são em forma de rajadas. A gente pode ter chuvas com rajadas de vento mais intensas”, informou o meteorologista da Apac.
Sai El Niño, entra La Niña
Em todo o Brasil, o fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento igual a maior de 0,5 graus das águas do oceano, está chegando ao fim.
Com isso, as condições de temperatura na superfície do Oceano Pacífico estão voltando à média climatológica após um ano de elevação, segundo boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A tendência, agora, é que o fenômeno La Niña comece a atingir o País a partir do segundo semestre e persistir durante todo o ano de 2024, com pico provável para a primavera, segundo o Climatempo.
O fenômeno costuma gerar diminuição igual ou maior que 0,5 grau na temperatura do Pacífico, o que pode provocar o aumento de chuvas no Norte e Nordeste, tendência de tempo mais seco no Sul e chuvas com menor regularidade no Centro-Sul.
Apesar da chegada do La Niña, é necessário considerar as altas temperaturas enfrentadas em todo o mundo.
“A expectativa é que a influência do La Niña só seja para o ano que vem”, destacou o meteorologista da Apac.
“Caso a gente identifique riscos associados às precipitações, enviaremos avisos meteorológicos. A população deve ficar atenta e, em caso de aviso, deve acatar orientações da Defesa Civil”, completa Thiago do Vale.