Nesta segunda, Mendonça autorizou credenciamento da Faculdade Cesar. (Foto: Leo Motta/FolhaPE)

Após homologar o credenciamento da Faculdade Cesar de Educação, na manhã desta segunda-feira (18), no Bairro do Recife, o ministro Mendonça Filho (DEM) falou em entrevista à Rádio Folha FM 96,7 sobre o atual cenário da educação brasileira e ainda sobre a situação do Ministério.

Há dois meses à frente da pasta, Mendonça afirmou que já teria “tomado pé” de 80% do Ministério. “Já conseguimos ter o domínio de boa parte da máquina e estamos agora montando e concluindo a esquipe que está quase toda formada, mas ainda faltam posições chaves na Casa”, explicou.

De acordo com o ministro, tem sido um “desafio” manter estável o quadro da pasta, após a mudança de governo. “No início da gestão, nos deparamos com uma situação complicada, porque o governo anterior tinha decidido contingenciar R$ 6,7 bilhões, total do orçamento do Ministério da Educação. Se por ventura fosse conviver, este ano, com esse nível de corte, a gente comprometeria todos os projetos estratégicos da área”, ponderou.

Para Mendonça, a antiga gestão teria “pulverizado” atividades importantes do Ministério. “Existia uma pulverização de atividades sob a responsabilidade do MEC. Estava uma coisa espalhada demais e sem foco estratégico”, disparou.

Entre as prioridades do Ministério, e pensando na saída definitiva de Dilma Rousseff, Mendonça afirma que irá investir, sobretudo, na educação básica de ensino. “Nos últimos cinco anos, aumentamos os investimentos na educação básica em R$ 10 bilhões e no superior em R$ 30 bilhões, ou seja, uma inversão de prioridades. Temos aí um orçamento de R$ 130 bilhões, ações na área de educação infantil, de creches, pré-escolas e de ensino fundamental em parceria com os municípios. Projetos históricos e relevantes como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), Programa Nacional de Alimentação Escolar/PNAE, a popular merenda, e projetos novos como o FIES, Prouni, Ciência sem Fronteiras, todos eles estão sendo avaliados e reavaliados, para serem aprimorados. Temos uma agenda vastíssima que precisa de cuidados e queremos fazer com que ela atenda as necessidades da população”, finalizou.

POLÊMICA

Ainda durante a conversa, ao ser questionado sobre a polêmica da nomeação e também exoneração do economista e pesquisador Adolfo Sachsida, que defendia a “Escola sem Partido”, para o cargo de assessor especial do ministro, Mendonça reiterou:

“Não dá pra ter em escola uma espécie de tribunal ou juízo para avaliar o posicionamento político e ideológico do professor. Para ter uma educação de boa qualidade, plural é preciso de professores que sejam bem informados, eticamente responsáveis com o compromisso de transmitir a amplitude do conhecimento e não uma posição sectária e ideológica, que possui viés único, e é isso que vamos defender”.

Para o ministro, o debate de uma “Escola sem Partido” não se relaciona com a questão da educação sexual nas escolas. “O debate da ‘Escola sem Partido’ é mais um debate de cunho ideológico do que do acesso à educação sexual. É logico que o jovem precisa ter acesso à educação sexual e ter conhecimento na compatibilidade da sua idade. À medida que a criança avança da sua vida educacional e na formação como adolescente, ele precisa ter conhecimento no seu corpo e da educação sexual, como um cidadão em formação”, completou.