Além do superlotamento de hospitais e falta de médicos e enfermeiros, a Itália passou a enfrentar problemas na gestão dos corpos das vítimas do coronavírus. Serviços funerários estão congestionados no país, que já soma 827 mortes relacionadas à doença.
As cidades pequenas italianas são as que mais sofrem com o problema. Além do aumento no número de corpos, a remoção dos cadáveres também tem dificultado a rapidez do serviço, já que é necessário um protocolo de segurança específico para atender vítimas do coronavírus.
Agora, apenas agentes funerários especializados podem acessar o local do óbito, munidos de roupas, equipamentos e caixão de máxima proteção. Além disso, antes de serem transferidas, as vítimas devem ser submetidas ao teste para o vírus.
Com isso, uma mulher precisou ficar mais de 24 horas ao lado do marido morto em casa, em Borghetto Santo Spirito, no norte do país, aguardando a remoção do corpo. A mulher não podia deixar a própria casa, pois estava em regime de quarentena compulsória.
“Uma situação horrível e desagradável que nem consigo definir em palavras. Surreal”, disse o prefeito Giancarlo Canepa à imprensa italiana.
Em Alzano Lombardo, cidade no entorno Bérgamo, uma das províncias da Lombardia mais atingidas pelo coronavírus, o problema é a quantidade de corpos à espera da cremação.