Izaías a um passo do rompimento

Opinião

O que já se esperava, aconteceu: o líder do Governo na Assembleia Legislativa, Izaías Régis (PSDB), perdeu a paciência e foi à tribuna da Casa fazer cobranças à governadora Raquel Lyra (PSDB), também tucana. Disse que ela tem que cumprir promessas de campanha, especialmente em relação à área de saúde, e que não aguenta mais ouvir reclamações da população quanto à falta de ações no município.

Ouvido, ontem, por este colunista no Frente a Frente, Régis disse que sua intenção não foi criticar o Governo na condição de líder, mas apenas cobrar que Raquel reiterasse o seu compromisso de construir o hospital Mestre Dominguinhos e uma maternidade, duas das suas principais promessas para Garanhuns. “O hospital está sendo esperado desde a gestão de Eduardo”, disse o deputado.

A cobrança de Régis foi tão dura que, ontem, nos corredores da Alepe e no plenário, estava sendo chamado de líder da oposição e não do Governo. “Mas isso foi uma brincadeira do presidente da Casa, Álvaro Porto”, disse Régis. Também tucano, Porto tem uma postura de independência em relação ao Governo. Há muito, o líder do Governo anda insatisfeito com o tratamento recebido pela governadora.

O que até as paredes da Alepe sabem é que a governadora, conhecida como Raquel Mandacaru, porque não dá sombra nem encosto a ninguém, nunca deu demonstração pública de que prestigia o seu líder. Os deputados da oposição dizem que o vice-líder do Governo, João Tenório (PRD), tem mais prestígio de fato do que o líder, além de trânsito fácil no Palácio.

Se mostrou insatisfação e está com os nervos à flor da pele, não será surpresa se Izaías Régis vir a entregar a liderança e abandonar a base de sustentação do Governo, até porque seu projeto, de disputar a Prefeitura de Garanhuns também não conta com o entusiasmo da governadora.

Nenhum pio – Depois do desabafo de Izaías Régis, não apenas a governadora silenciou, mas todo o Governo. Nem mesmo o secretário da Casa Civil, Túlio Villaça, que cuida da articulação política, deu sequer um telefonema para saber o que teria levado o líder a levar a público sua profunda decepção com a gestão de Raquel, especialmente a falta de ações concretas em Garanhuns, maior colégio eleitoral do Agreste Meridional.

Por: Magno Martins

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