Joana d’Arc liberta a cidade de Orleãs
Lorena, Joana d’Arc, que se dizia enviada de Deus por proclamar a legitimidade do rei Carlos VII da França e rechaçar os ingleses do reino, entra na cidade de Orleãs à frente de um exército em 29 de abril de 1429 – sitiada pelos ingleses desde outubro de 1428.
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Pintura do final do século XIX retrata a invasão à cidade
de Orleãs por Joana d’Arc
Durante a Guerra dos Cem Anos, uma jovem camponesa francesa, de 17 anos, comandaria as tropas francesas que iriam libertar a cidade de Orleãs, cercada pelos ingleses desde o ano anterior.
Com 16 anos de idade, Joana ouviu vozes dos santos cristãos pedindo que ajudasse o delfim francês, Carlos, a assumir o trono da França, expulsando os invasores ingleses do país. Convencida da validade de sua missão divina, Carlos concedeu a Joana um pequeno contingente de homens armados. Ela levou suas tropas até Orleãs e em 29 de abril, enquanto um destacamento francês distraia as tropas inglesas na zona oeste da cidade, Joana a invadiu sem oposição pelos portões leste do muro que costumavam cercar cidades na Idade Média.
Conseguindo trazer os necessários suprimentos e novas tropas à cidade sitiada, ela inspira os franceses a uma apaixonada resistência e ao longo da semana subsequente comanda as cargas em inúmeras escaramuças e batalhas. Numa das batalhas, Joana d’Arc foi ferida por uma flecha, mas logo depois voltou ao combate. Em 8 de maio o cerco foi rompido e as tropas inglesas foram obrigadas a se retirar.
No decurso das cinco semanas seguintes, Joana comandou as tropas francesas em numerosas e contundentes vitórias sobre os ingleses. Reims, a tradicional cidade francesa das coroações reais, foi capturada em julho. Mais tarde, naquele mesmo mês, Carlos VII foi coroado rei da França tendo Joana d’Arc ajoelhada aos seus pés.
Outros combates são levados a cabo por Joana d’Arc. Saint-Pierre-le-Moûtier cercado a 2 de novembro de 1429 e, em novembro e dezembro do mesmo ano em Charité-sur-Loire onde Joana tenta sem sucesso conquistar a vila.
Na disputa pelo poder, o rei se vê obrigado a entabular negociações com o duque de Bourgogne. Este último entra nas vilas de l’Oise, entre as quais Compiègne, que recusa sua autoridade. Joana decide então retomar as hostilidades. Em 16 de Maio de 1430, o duque de Bourgogne sitia Compiègne. Em 22, Joana entra em Compiègne, de noite, sem o conhecimento do inimigo, escoltada por mercenários italianos e de tropas reais comandadas por Xaintrailles de La Hire.
Captura de Joana d’Arc
Em 23 de maio, Joana é capturada pelos Bourguignons. Durante sete meses, de 23 de maio de 1430 a 23 de dezembro, Joana permanece presa no Castelo de Beaulieu em Vermandois e no Castelo de Beaurevoir, perto de Saint-Quentin.
Em 21 de bovembro, em Arras, ela é entregue a Henrique VI, rei de França e Inglaterra, do qual o Duque da Borgonha é vassalo. A soma de 10 mil escudos foi quanto Henrique VI pagou ao duque pela prisioneira. O seu resgate é negociado por Pierre Cauchon, bispo de Beauvais e antigo reitor da Universidade de Paris, encarregado de julga-la pela acusação de heresia.
Em 23 de dezembro Joana é presa no castelo de Bouvreuil em Ruão. A prisioneira de guerra é guardada por ingleses numa prisão laica. Ao mesmo tempo é instaurado um processo em matéria de fé. Todas as acusações eram de ordem religiosa: bruxa, herege, idólatra, entre outras. Em 30 de maio de 1431, com 19 anos, Joana d’Arc é declarada culpada no processo de condenação e é queimada viva em Ruão. Suas cinzas foram jogadas no rio Sena, para que não se tornassem objeto de veneração pública. Era o fim da heroína francesa.
Em 1909, a Igreja Católica autoriza sua beatificação. Em 1920, Joana d’Arc é canonizada pelo papa Bento XV.