Por Larissa Rodrigues
Se existia alguma dúvida de que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), seria ou não candidato a governador de Pernambuco, em 2026, os movimentos da última semana se encarregaram de elucidar. João é candidatíssimo.
Prevendo esse cenário, o mundo da política no Estado entrou em 2025 se perguntando qual seria o formato que o socialista encontraria para “entrar” no Interior, já que sua caneta é limitada apenas ao Recife. Os congressos do PSB começaram a responder.
Depois do animado congresso do PSB do Recife, na última terça-feira (25), no qual a militância saudou João Campos como “governador”, o prefeito participa, neste sábado (29), do congresso do PSB de São Lourenço da Mata (RMR), o primeiro fora da capital. Amanhã (30), estará no evento da sigla em Afogados da Ingazeira, no Sertão.
Os encontros são pretextos para João trabalhar sua imagem fora do Recife e movimentar a militância nas outras cidades. Outra ideia interessante, encontrada pelo grupo de aliados para abrir espaço para o prefeito em outros municípios, são os Títulos de Cidadão.
João Campos já teve o Título de Cidadão de Garanhuns, no Agreste, aprovado pela Câmara da cidade. A proposta foi apresentada pela vereadora Nelma Carvalho, do Solidariedade, e aprovada com o voto favorável de 15 vereadores, dentre os quais o presidente daquele Poder Legislativo, Johny Albino (PSB), e o líder do Governo na Casa, Matheus Martins (PSB). A entrega ainda não tem data, mas será uma excelente oportunidade para João pôr os pés em Garanhuns.
Em Olinda (RMR), os vereadores também articulam um Título de Cidadão para o prefeito do Recife. Certamente, Garanhuns e Olinda não serão as únicas cidades a concederem a honraria ao socialista. Até 2026, casas legislativas de outros municípios, nos quais há prefeitos ou vereadores aliados, devem repetir o gesto, parte da estratégia de pré-campanha de João.
Em meio aos congressos socialistas e Títulos de Cidadão, o chefe do Poder Executivo da capital também conta com as novas inserções do PSB na televisão, destacando as obras entregues na sua gestão e a expressiva reeleição em 2024, com 78% dos votos. Além disso, em junho, João assume a presidência nacional do PSB, mais uma ferramenta para justificar andanças pelo Estado.
A pré-campanha já começou – O ato de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, no dia 10 se março deste ano, teve clima de convenção e foi considerado o pontapé inicial na pré-campanha da gestora à reeleição, da mesma forma que os congressos do PSB estão sendo considerados os movimentos iniciais da pré-campanha de João Campos. Tanto Raquel quanto João sabem que o pleito será duro, sem moleza para nenhum dos lados. Raquel vai enfrentar um adversário aprovado no Recife, com histórico familiar de peso e estrela de uma sigla forte e experiente em campanhas. Por outro lado, João enfrentará a pessoa que tem a máquina estadual nas mãos e diversos prefeitos aliados, além do também histórico familiar renomado. Não havia como os dois caírem na estrada apenas em 2026. Em uma campanha majoritária, esse movimento começa pelo menos um ano antes mesmo. Ainda mais neste pleito em específico, de páreo duro.