Joaquim Barbosa não teria paciência para lidar com deputados federais e senadores
Para quem é do ramo da política, sempre esteve claro que um homem com o temperamento de Joaquim Barbosa jamais daria certo como candidato a presidente da República. Ele não tem paciência para lidar com os contrários, é grosso no trato, arrogante, e em que pese ser uma das figuras mais populares da República por ter sido o relator do processo do mensalão, jamais daria certo como supremo mandatário do país. Poderia até ganhar a eleição, nesse “deserto de homens e ideias” em que nos encontramos, mas como presidente da República seria um desastre. Não teria saco, nem paciência nem disposição para compor uma maioria no Congresso Nacional e muito menos para a negociação miúda e fisiológica que seria obrigado a fazer com deputados e senadores para aprovar projetos de interesse do governo, tal qual fizeram Sarney, FHC, Lula e Dilma Rousseff. A exceção, da redemocratização para cá, foi Itamar Franco, que apesar de ter também temperamento explosivo, era da política e sabia conviver com ela. Antes de ser presidente, foi prefeito de Juiz de Fora (MG), senador e vice (de Collor). Só quem acreditava que JB daria certo como presidente eram os deputados Danilo Cabral, Tadeu e Alencar, Júlio Delgado (MG) e Alessandro Molon (RJ), que se encontram agora na orfandade depois que o ex-ministro do STF recusou o convite oportunista do PSB para disputar a sucessão de Temer.
Gestos de um antipolítico
Joaquim Barbosa filiou-se ao PSB escondido da imprensa, irritou-se porque havia um batalhão de jornalistas querendo entrevistá-lo no dia em que foi apresentado à direção nacional do partido, e nunca deu uma coletiva de imprensa sequer para comunicar à nação que não aceitara o convite da legenda para ser candidato a presidente. Poderia dar certo no Palácio do Planalto?