Juazêro e Petrolina

juazeiro-e-petrolina-aerea
Vou vortá bem sastisfeito, … A viage não perdi E vou falá com respeito Sobre uma coisa que eu vi, Eu nunca gostei de enredo Mas vou contá um segredo E sei que o povo combina, Existe aqui um pobrema Sobre este amoroso tema Juazêro e Petrolina. É coisa bastante certa Que com relação ao amô Só faz grande descoberta Quem é bom pesquisadô; Vocês quera discupá, Mas o ditado populá Patativa do Assaré Vai já falá pra vocês De uma coisa que tarvez Ninguém tenha dado fé. Aqui na bêra do rio Tem uma dô que consome, Vejo a verdade e confio Vi que Juazêro é home E Petrolina é muié. Vi que Juazêro qué Com Petrolina casá, Porém corre um grande risco, As água do São Francisco Não deixa os dois se abraçá. Tem um risco feiticêro A linda pernambucana E gosta do Juazêro Moço da terra baiana, Vejo tudo e tô ciente Que o que ele sente ela sente Mas esperança não tem De satisfazê o desejo Apenas envia beijo Pela brisa que vai e vem. Juazêro vai passando Com a arma apaixonada Do outro lado reparando Para sua namorada E Petrolina conhece E a mesma paixão padece O namorado não esconde Lá do outro lado do rio Juazêro dá psiu E Petrolina responde. Qué seja seca ou inverno Nesta terra nordestina, Tem sempre um amô eterno Juazêro e Petrolina Sei que é firme este namoro, Porém existe um agôro, Um azá, e um aperreio, Ele do lado de lá Ela do lado de cá E o rio a roncá no meio. Juazêro e Petrolina De amô veve ardendo em brasa Pois é muito triste a sina De quem namora e não casa, Quando o rio dá enchente Mas os namorado sente, Um de lá outro de cá Cada quá faz sua quêxa Contra o rio que não dêxa O sonho realizá. Juazêro este baiano Moço forte e destemido De realiza seu prano Já veve desinludido Com a arma apaxonada Óia para a namorada Mas é grande o sofrimento Pois não pode sê isposo Divido o rio orguioso Impatá seu casamento. Inquanto descê nas água Bascuio, barcêro e cisco, Causando paixão e mágua Este rio São Francisco Capricho da Natureza, Com a sua correnteza Neste baruio maluco Toda noite e todo dia Não será sogra a Bahia E nem sogro o Pernambucano. Se óiando de face a face Petrolina o seu querido Não pode fazê o inlace Pruquê o Rio intrometido Do seu leito nunca sai, É um suspiro que vai, E outro suspiro que vem E nesta sentença crua O namoro continua
Por século sem fim amém.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *