Juiz faz justiça à memória de Gregório Bezerra

Por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo federal praticou uma grande injustiça contra o ex-sargento do Exército e ex-deputado federal pernambucano Gregório Bezerra, um dos homens mais torturados durante o regime militar. Gregório era militante do PCB quando se elegeu deputado federal constituinte em 1946, por Pernambuco. Mas dois anos depois perdeu o mandato porque o TSE, arbitrariamente, cassou o registro do partido.

Sua prisão, tortura e exílio estão fartamente documentados na série “O caso eu conto como o caso foi” do advogado e escritor pernambucano Paulo Cavalcanti. Com base nela, seu filho, Jurandir, residente em Gravatá, requereu à Comissão Nacional de Anistia o reconhecimento do pai como “anistiado político” e uma reparação pecuniária pelos maus tratos que ele sofreu. A Comissão deferiu o primeiro pedido, mas inexplicavelmente indeferiu o segundo.

Coube, entretanto, ao juiz da 2ª Vara Federal de Pernambuco, Francisco Alves, fazer justiça à memória de Gregório condenando a União a indenizar seus descendentes com a quantia de R$ 100 mil prevista na Lei 10.559/2002. O autor do pedido foi o advogado José Roberto Cavalcanti, que prestou um serviço não apenas aos familiares de Gregório, mas à Justiça. (Inaldo Sampaio)