Julgamento de banda New Hit, acusada de estupro, é retomado
Recomeça nesta terça-feira (3), no Fórum de Ruy Barbosa (323 km de Salvador), o julgamento dos nove integrantes da banda New Hit, acusados de estupro a duas adolescentes de 16 anos, em 2012. O julgamento começou em fevereiro, mas foi suspenso porque a juíza Márcia Simões acatou o pedido dos advogados dos réus, pois duas testemunhas de defesa não foram encontradas para serem intimadas. Testemunhas de defesa e de acusação prestaram depoimento na ocasião e por meio de cartas precatórias.
Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), a audiência terá início às 9h com o depoimento da última testemunha de defesa. Depois, começam a ser ouvidos os 10 acusados –além dos nove integrantes do grupo, um policial que fazia segurança da banda também é acusado de acobertar o estupro.
Por não ser um júri popular, o julgamento não deverá ter sentença dada imediatamente, e a juíza ainda poderá pedir novas oitivas antes de definir o destino dos acusados. Por se tratar de crime contra adolescente, o caso corre em segredo de Justiça, e a imprensa não poderá acompanhar o julgamento.
Serão julgados os nove integrantes da banda: Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias.
Para o MPE, que ofereceu a denúncia, todos são acusados de estupro qualificado, com concurso de duas ou mais pessoas, e concurso material com características de crime hediondo. O MPE também denunciou o policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão, acusado de acobertar o crime.
Pedido de adiamento
A defesa do grupo já informou que pretende adiar o julgamento novamente. Segundo o advogado de seis dos nove integrantes da banda, Cléber Andrade, será pedida a suspensão por conta da não entrega, por parte da perícia, de um laudo de DNA.
“Esse é um segundo laudo, e entregarei um requerimento lá, à juíza, pedindo que só sejam interrogados apenas após a entrega desse laudo”, disse.
Segundo Andrade, a análise é importante porque foi localizado, nas roupas das duas vítimas, sêmen de quatro homens. “A promotora pediu que se fizesse exame de DNA, e nós concordamos. Esse laudo vai poder dizer quem fez sexo. Como eles vão prestar depoimentos sem saber o que tem laudo?”, questionou.
Sobre a tese da defesa, o advogado voltou a alegar inocência do grupo. “Eles dirão a verdade, independente de data e de laudo. Eles vão dizer que foi consensual, que não houve violência”, afirmou. (Carlos Madeiro/UOL)