Desnudar a imagem de herói que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, veste nos livros de História foi a missão dada a Julio Machado em “Joaquim”, filme de Marcelo Gomes que estreou ontem. Humanizar o mito promoveu um encontro do ator, par de Susana Vieira em “Os dias eram assim”, com ele mesmo.

— Joaquim era um homem como eu ou qualquer outro. Ele não era um herói com alguma designação divina, era um ser humano normal que teve a oportunidade de realizar feitos heroicos. Simplesmente agiu e reagiu diante das situações que se apresentaram. A História, através dos homens que vieram depois dele, é que o transformou em herói — explica o protagonista do longa-metragem que representou o Brasil no Festival de Berlim em 2016.

Uma viagem no tempo tira Julio, definitivamente, do lugar de mito. Em “Os dias eram assim”, ambientada entre os anos 70 e 80, o ator é Marcos, um bookmaker (agente de apostas), que se envolve com Cora (Susana Vieira) após emprestar dinheiro a ela.

— Como Cora não tem como pagar sua dívida, ela o seduz. Marcos, um típico malandro carioca, tira uma casquinha daquela mulher interessante, e eles passam a ter encontros sexuais até que ele não se dá por satisfeito, volta a cobrá-la e ela se revela uma vilã — adianta.

Gravar cenas de sexo com uma dama da TV foi algo natural para o ator:

— Não rolou constrangimento algum. Susana é generosa, divertida e me deixou super à vontade. Já fiz muitas cenas de sexo e nudez, então não fico tímido. Em “Joaquim”, faço até um nu frontal. Meus personagens sentem tanto calor que acabam tirando a roupa — diverte-se.