Justiça Federal condena Record por falas homofóbicas de Edir Macedo

A ação civil pública foi proposta por entidades que atuam em defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+

Edir Macedo
Edir Macedo (Foto: Divulgação/Igreja Universal)

A Justiça Federal determinou a retirada imediata, dos meios de comunicação, de vídeo veiculado pela TV Record, em dezembro de 2022, considerado homofóbico e preconceituoso, atendendo a pedido em ação de coautoria do Ministério Público Federal (MPF).

A ação civil pública foi proposta por entidades que atuam em defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+ contra falas ofensivas proferidas pelo dono da emissora, o bispo evangélico Edir Macedo.

O processo tem como pano de fundo um programa televisivo apresentado por Edir Macedo, também réu na ação, na véspera do Natal passado. No vídeo, o apresentador fez comparações das pessoas homossexuais a bandidos. Em um dos trechos, Macedo afirmou que “ninguém nasce mau, ninguém nasce ladrão, ninguém homossexual ou lésbica”. Em seguida, destacou que “todo mundo nasce perfeito com a sua inocência, porém o mundo faz das pessoas aquilo que elas são quando elas aderem ao mundo”.

O Juízo da 10ª Vara Federal de Porto Alegre pontua que esse tipo de associação feita por Edir Macedo, além de ser ofensiva, “incita a discriminação e a intolerância” contra a comunidade LGBTQIAPN+.

“Trata-se de discurso de ódio, que desafia as garantias constitucionais e é repudiado por nosso sistema jurídico, devendo ser combatido por todos os meios”, aponta a decisão.

Ao determinar a retirada da íntegra do programa de todos os meios de comunicação, a Justiça afastou a tese de censura e esclareceu que o autor da fala assumiu o risco de ver o conteúdo retirado em razão da ofensividade.

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