Justiça prorroga prisão de auditores envolvidos em fraude
A Justiça de São Paulo decidiu aceitar na tarde desta sexta-feira , 1, pedido de prorrogação da prisão temporária de três dos quatro auditores fiscais presos na quarta-feira, 30, durante operação do Ministério Público Estadual e da Controladoria-Geral do Município que desmontou um esquema suspeito de desviar até R$ 500 milhões dos cofres da Prefeitura. Eles devem continuar na carceragem do 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, região central da cidade.
“A prisão temporária de três deles foi prorrogada por mais cinco dias então teremos a semana que vem para fazer as oitivas com mais calma”, disse o promotor Roberto Bodini, um dos encarregados da investigação.
Já o fiscal Luis Alexandre Cardoso Magalhães, o quarto funcionário público preso, poderá ser solto porque concordou em colaborar com as investigações. “Formalizamos o termo da delação premiada do Luis e como ele colaborou na produção da prova nós não pedimos a prorrogação. Se ele colaborar com todos os termos, a Justiça determina que ele pode ter desconto na pena e a prisão temporária revogada”, disse o promotor Bodini.
Conforme o Estado revelou na edição desta sexta-feira, a investigação aponta que ao menos cinco empresas participaram do esquema. Na manhã desta sexta, representantes da Brookfield, uma das citadas, afirmou que pagou R$ 4,1 milhão de propina aos fiscais entre 2009 e 2012.
O advogado de Magalhães, Mário Ricca, disse que um pedido para revogação da prisão do fiscal já foi enviado à Justiça, que poderá analisá-lo ainda nesta sexta-feira.
O Ministério Público e a Controladoria Geral têm uma lista que inclui servidores públicos e outras pessoas para serem ouvidas antes de os presos serem liberados. A prisão dos três, além de deixar os suspeitos disponíveis para interrogatórios, serve também para evitar a destruição de eventuais provas que liguem mais pessoas ao esquema.
O MPE tenta oferecer delação premiada aos demais fiscais. Carlos di Lallo Leite do Amaral, outro fiscal preso, seria ouvido na tarde desta sexta. “Eu pretendia ouvir o Carlos Di Lallo mas o advogado não apareceu porque não tinha sido avisado, e sem a presença da defesa técnica, ele preferiu não se manifestar, nem informalmente”, afirmou o promotor Bodini.