Justiça solta suspeito de tentar assaltar equipe de segurança da vice-governadora Priscila Krause

Na decisão, juiz afirmou que não identificou elementos que indiquem que homem pode trazer risco à ordem pública. Além disso, determinou que policiais sejam investigados por suposta agressão

A Justiça concedeu a liberdade provisória para o homem suspeito de tentar assaltar uma equipe de segurança da vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause. A decisão do juiz Aldemir Alves de Lima, em audiência de custódia, foi divulgada nesta segunda-feira (13).

O suspeito, identificado como Alison Silva Souza, foi baleado na perna durante a tentativa de assalto, que aconteceu na Avenida Parnamirim, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, na tarde do sábado (11). Na ocasião, dois policiais da Casa Militar de Pernambuco, responsável pela segurança pessoal da vice-governadora, estavam aguardando-a em uma visita à casa do pai, o ex-governador Gustavo Krause. O carro estava descaracterizado.

O suspeito portava um revólver calibre 32 e anunciou o assalto aos militares, que reagiram. O homem ainda tentou fugir e se escondeu em uma barbearia, mas foi detido pelos seguranças e encaminhado para o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, Zona Oeste da capital, onde foi atendido e recebeu alta. A arma dele foi apreendida e passa por perícia.

Segundo o governo estadual, ele tinha diversas passagens pela polícia – mas os crimes não foram informados.

REPRODUÇÃO
Arma usada pelo assaltante que tentou roubar a equipe da Casa Militar que faz a segurança da vice-governadora Priscila Krause – REPRODUÇÃO

 

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

A audiência de custódia do suspeito aconteceu nesse domingo (12). Na decisão, o magistrado afirmou não ter identificado elementos nos autos que indicassem que o homem poderia trazer risco à ordem pública caso seja solto.

“Tenho que a manutenção de sua segregação não se faz necessária, não revelando a documentação acostada aos autos qualquer risco a justificar sua segregação provisória, não se podendo inferir tão somente pela palavra da vítima ou pelos informes da polícia, ainda com a existência de contradição nas declarações constantes dos autos, ou ainda pelo auto de prisão tal circunstância, eis que as razões do decreto preventivo devem se reportar a situações específicas, que indiquem de forma objetiva o risco à efetividade do processo e/ou potenciais vítimas de reiteração criminosa, não se recomendando a manutenção da prisão com base em critérios subjetivos, impondo-se a comprovação de sua adequação e necessidade em concreto, o que não restou evidenciado”, diz trecho da decisão do juiz.

A liberdade provisória foi concedida sem a necessidade de pagamento de fiança, sob o argumento de que o suspeito não teria condições financeiras para arcar com a despensa. Além disso, duas medidas cautelares foram determinadas a ele: a obrigação de comparecer a todos os atos processuais e a proibição de se  ausentar da comarca ou mudar de residência sem prévia comunicação à Justiça.

POLICIAIS INVESTIGADOS

Com base no depoimento do suspeito, que alegou ter sofrido agressão física após ser preso, o juiz Aldemir Alves de Lima determinou que a agravação da audiência de custódia seja encaminhada à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e à Central de Inquéritos do Ministério Público para que seja apuração a conduta dos policiais militares envolvidos no caso.

O pedido foi feito pela Defensoria Pública, que acompanhou a audiência representando a defesa do suspeito. Alison afirmou que foi atingido com tiros nos pés, na mão e na perna após ter sido imobilizado pelos policiais.

SUSPEITO SEGUE SOB INVESTIGAÇÃO

Antes de ser encaminhado para audiência de custódia, o suspeito prestou depoimento no Departamento de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A versão apresentada por ele não foi revelada pela polícia.

Mesmo em liberdade, ele seguirá sendo investigado pelo Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), que deve concluir o inquérito nos próximos dias.

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