Ladrões rendem funcionários de centro cultural e roubam obras raras em Campinas

Alguns livros levados na quinta-feira em assalto têm valor de mercado estimado entre US$ 25 mil e US$ 30 mil

livros

Cinco homens armados renderam 12 pessoas, entre funcionários, visitantes e homens que trabalhavam em uma obra no local, amarraram as vítimas e levaram cerca de cem obras raras, entre livros e correspondências, do Centro de Ciência, Letras e Artes (CCLA) de Campinas, interior de São Paulo. Dentre as raridades estão 11 livros do botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, escritos no início do século XIX, e a primeira edição de uma obra sobre a flora nacional do também botânico João Barbosa Rodrigues pertencente ao Museu Campos Salles. Os primeiros, segundo o presidente do CCLA, Marino Ziggiatti, têm valor estimado de mercado entre US$ 25 mil e US$ 30 mil.

– Esse é o valor no mercado negro, digamos. O valor cultural é inestimável – diz Ziggiatti.

– (Os ladrões) Vieram por encomenda. Sabiam o que queriam, mas acabaram levando outras obras também raras do nosso acervo – acrescenta.

O roubo aconteceu na quinta-feira passada, mas os detalhes só foram divulgados agora. Segundo Ziggiatti, as obras do botânico francês já haviam sido levadas do local e foram encontradas pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, junto a outras obras levadas da Biblioteca Nacional após a prisão de uma quadrilha de assaltantes.

Do Museu Campos Salles, também parte do CCLA, os criminosos levaram ainda uma carta do imperador chinês Guangxu e um livro dado de presente por Nicolau II, último czar da família imperial russa, a Campos Salles (presidente da República entre 1898 e 1902), quando da posse dele. O material, segundo o presidente do CCLA, foi colocado em uma Fiorino.

De acordo com Ziggiatti, o local tem alarmes e sensores, que são ativados apenas à noite, além de uma cerca elétrica no telhado.

O roubo é apurado tanto pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas quanto pela Polícia Federal (PF), que deverá acionar a Interpol, a polícia internacional.

Fundado por artistas, cientistas e intelectuais em 1901, o CCLA conta atualmente com uma biblioteca cujo acervo é de 120 mil obras, além de uma pinacoteca e dois museus, entre eles o Campos Salles.

Fonte: O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *