Lampião costureiro

 

Lampião posa para uma fotografia usando uma máquina de costura. Seu trabalho com roupa criou e disseminou moda no Nordeste, durante o período em que ele e seu bando perambularam pelos diversos estados da região.
A costura, que até hoje é considerada por muitas pessoas como atividade feminina, era um dos hobbies do Rei do Cangaço. Além de costurar, Lampião também era estilista, o chefe do bando mais temido do Nordeste criou as principais roupas dos cangaceiros de seu grupo. As invenções e cortes de Lampião não se restringiram apenas a seus seguidores, mas acabaram adentrando o mercado da moda regional e seu estilo estético foi se reproduzindo nas bancas de muitas feiras do norte de Minas Gerais ao Maranhão. Inclusive, o estilo do Cangaço foi copiado até mesmo pela “Volante”, uma especie de polícia formada pelo estado com objetivo de perseguir cangaceiros.
Durante muitos anos acreditou-se que um “Cabra Macho” como Virgulino não poderia exercer essas atividades, já que isso traria uma imagem afeminada ao rei do Cangaço. A lenda se sustentou até a divulgação dessa fotografia, composta por Benjamin Abraão, um fotógrafo Libanês, radicado no Brasil, que conseguiu a proeza de documentar, em fotos e vídeos, o dia a dia dos cangaceiros do bando.
Na imagem podemos observar a naturalidade com que Lampião e a máquina se entendem, e aparentemente, a fotografia parece ter captado um momento de descontração do chefe junto ao equipamento.
A simples menção ao nome de Lampião fazia tremer o cabra mais macho do Nordeste. Na imagem ele parece dar o recado.

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