Lavar as mãos: ato simples que pode evitar doenças
Pesquisa mostrou que, no Brasil, um terço da população não tem o hábito de limpar as mãos
Renata Coutinho
Lavar as mãos. Uma ação simples, mas que é deixada de lado no dia a dia. Uma pesquisa do Ibope Inteligência, em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), revelou que uma a cada três pessoas não tem esse hábito, mesmo após ir ao banheiro. Essa higienização está longe de ser besteira. É uma necessidade de saúde. Com o hábito, é possível evitar várias doenças, contribuindo para uma economia de cerca de US$12 bilhões, valor gasto anualmente no País com as doenças causadas por vírus e bactérias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), diarreia e desidratação são consideradas uma das cinco maiores causas de morte em crianças abaixo de 2 anos no Mundo. Na estimativa da instituição metade dessas mortes pode ser evitada se as crianças desenvolvessem o hábito de lavar as mãos com sabão antes do almoço e depois de ir ao banheiro. A higienização correta pode reduzir a incidência de diarreia entre crianças menores de cinco anos a quase 50% e as infecções respiratórias a cerca de 25%.
O biomédico Roberto Martins Figueiredo, o Dr. Bactéria, reforça que os adultos também devem lavar as mãos para prevenir doenças. “Uma grande parte de doenças, sobretudo as pulmonares, podem ser transmitidas via mãos, como a gripe, o resfriado, pneumonia, gastrite, úlceras, herpes, estafilococcias, salmonelose, micoses, entre outras”, enumerou.
Corretamente
Segundo a pesquisa do Ibope, no Brasil, 73% dos entrevistados disseram que lavam as mãos. Percentual considerado “maquiado” pelo Dr. Bactéria. “Não foi computada a lavagem ‘correta’. Isso é, a massagem na mão total, pelo menos por 15 a 20 segundos com sabonete e enxague adequado. Esse percentual inclui a ‘lavadinha psicológica’. Se as pessoas lavassem as mãos corretamente, diminuiria em mais de 80% as doenças infecciosas”, enfatizou o Dr. Bactéria.
O especialista ensina que há práticas corretas de higienização. É preciso água, sabonete líquido ou em barra (desde que seja bactericida). Toda a mão e punho devem ser limpos, assim como os espaços entre os dedos e unhas. “Devemos lavar as mãos mais de oito vezes ao dia e menos de 25. Acima desse número, os produtos químicos utilizados começam a atacar a pele diminuindo a sua resistência o que facilita para as bactérias”, explicou. Já o uso de álcool gel está indicado para ocasiões em que não seria possível a lavagem das mãos, como no caso de comer em locais sem pias.
Alerta
Entre as várias superfícies contaminantes, as vilãs são o celular e o tablet. Esses dispositivos acabaram virando o celeiro moderno de microrganismos nocivos. Vão do escritório ao banheiro, passam de mão em mão e nunca são limpos. “Tudo que contamina as mãos pode contaminar os celulares e tablets. Além da lavagem adequada e periódica das mãos, é aconselhável higienizar esses aparelhos com um lenço embebido em álcool ou lenços umedecidos industrializados. Recomendo que essa limpeza seja diária”, indicou Dr. Bactéria.