Lúcio Vieira Lima acusa Governo baiano
Antes aliados e hoje opositores ferrenhos, os irmãos Vieira Lima (Lúcio e Geddel) e o governo estadual se envolvem em novo fogo-cruzado. Após o governador Jaques Wagner, em evento no Palácio do Planalto, ter afirmado considerar incompatível, não ser de bom tom, que o peemedebista Geddel Vieira Lima permaneça na vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa EconômicaFederal (CEF) fazendo duras críticas ao governo, como tem ocorrido, o deputado federal Lúcio Vieira Lima não apenas negou que seu irmão tenha mudado o tom com o governo federal como criticou o governo Wagner.
“Isso é uma inverdade. Ninguém nunca viu criticar o governo federal. Ele até critica o governo baiano, mas não a gestão de Dilma, mas até nisso (Wagner) quer pongar na presidente. Ele deveria é se preocupar com o seu governo, onde existem várioscandidatos usando a máquina para se eleger em 2014. E tem também a marca de campeão em obras atrasadas”, declarou Lúcio.
Mais além, o cacique peemedebista, fez questão de frisar que seu irmão foi indicado por Dilma ao cargo, mesmo já tendo disputado o governo com Wagner. “Por que ele não pede a cabeça do ministro Fernando Bezerra (Integração Regional), que apoia o presidenciável Eduardo Campos?”, acrescentou, observando que os partidos da base da presidente Dilma Rousseff, como o PMDB, não têm compromisso de apoiar ou atacar os governos petistas estaduais.
A polêmica, porém, teve início quando o vice-presidente da Caixa, que não esconde de ninguém ser pré-candidato ao governo estadual, gravou quatro inserções comerciais para o rádio e a TV na Bahia que exaltam o governo de possíveis adversários da presidente Dilma Rousseff em 2014 e criaram saia justa nas relações entre o PT e seu PMDB, aliados no plano nacional. Nas peças, para atacar o governador petista, Geddel exaltou feitos do governo de Minas Gerais, comandado pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB) entre 2003 e 2010, e Pernambuco, governado por Eduardo Campos (PSB). Também aparece com destaque o governo do Paraná, também sob gestão tucana, de Beto Richa.
O ex-ministro de Lula, por sua vez, foi procurado, mas não foi encontrado. No entanto, em entrevista recente à Tribuna, negou a possibilidade de saída da Caixa neste momento, mas deu sinais que em breve isso deve ocorrer, levando em conta o processo sucessório de 2014. “De minha iniciativa não houve nada. O cargo não é meu. É do partido a nível nacional. Pessoalmente, enquanto não tiver clareza do cenário, não sairei. Mas tudo pode acontecer. Não tenho amor ou apreço a cargo”, afirmou. (Fernanda Chagas/Tribuna)