Lula abre o jogo sobre artrose e diz que problema chegou ao “limite”

Apesar de já ter sido divulgado para todo o Brasil que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai fazer uma cirurgia no quadril, ontem, foi a vez do próprio Lula, na contramão de muitos chefes de Estado que preferem evitar citar detalhes dos seus problemas de saúde, admitir, em duas ocasiões, durante entrevista rápida a repórteres e durante a live que realiza semanalmente, as fortes dores que sente, o motivo que o levou a tomar a decisão, o mau humor provocado pela sua artrose e a confiança que ele tem em vir a ser substituído no cargo, durante sua recuperação, pelo vice-presidente, Geraldo Alkmin (PSB). As informações são do jornal O Poder.

Lula tratou de desmistificar informações oficiais de que bastará uma semana de recuperação, conforme foi divulgado oficialmente. Ele contou que pretende preparar todos os exames para se operar em outubro e vir a ter, em média, cerca de 20 dias para se recuperar em definitivo. Pretende, ainda, fazer duas viagens internacionais, antes desse período. “Não haverá mudança alguma na forma de condução do governo porque eu confio totalmente no Alckmin. Se não fosse assim, não o teria convidado para ser meu vice”, frisou.

Da mesma forma, o presidente contou que as dores no quadril estão atrapalhando sua vida e seu trabalho, o que dá a impressão de que ele está sempre de mau humor ou alheio a algumas conversas tratadas por assessores e ministros durante audiências. “Na verdade, eu estou há uns dois anos como aquele jogador de bola que não quer dizer para o técnico que está sentindo dor para não ficar no banco de reserva. Eu tenho um problema na cabeça do fêmur há anos e uma vez o médico disse ‘olha, presidente, só quem vai decidir operar é o senhor, porque o senhor é quem sabe o limite da sua dor’. Agora eu sei que o momento está chegando”, enfatizou.

Em alguns momentos de sua fala, em tom muito sincero, Lula oscilou entre o otimismo com a cirurgia e a esperança de parar com o sofrimento que tem sentido. “Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro. Tenho de ficar sorrindo em momentos em que não consigo nem falar. A dor fica visível no meu rosto, então eu vou ficando uma pessoa incômoda, chata, a quem ninguém quer dar bom dia com medo de tomar esporro. Não quero mais viver essa situação”, desabafou o presidente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *