Lula está cansado, mas não a ponto de desistir da reeleição

Por Daniel Pereira*

Em seu terceiro mandato de presidente da República, Lula dá sinais recorrentes de que está cansado de algumas rotinas do governo — das negociações para a obtenção de apoio no Congresso às disputas entre seus ministros. No âmbito interno, um dos poucos assuntos que despertam interesse do petista é o desempenho da economia, considerado fundamental para melhorar a qualidade de vida da população e, claro, manter o projeto de poder do PT.

Se dependesse do presidente, ele se dedicaria basicamente a um dos papéis que mais gosta de desempenhar: de um líder regional à procura de protagonismo mundial, seja na intermediação de acordos de paz, seja na negociação de pactos globais em defesa do meio ambiente. Mas Lula não tem essa opção. Em nome da governabilidade, ele tem de cuidar, por exemplo, da custosa aliança com o Centrão, a fim de permitir o avanço de pautas de interesse do Planalto no Congresso.

O fato é que Lula, o chefe de governo, não tem mais a mesma disposição de Lula, o chefe de Estado. Nada disso, no entanto, muda os planos políticos dele. Segundo assessores do presidente, o petista será candidato à reeleição em 2026. Caso ele desista da ideia, vários nomes são especulados como substitutos nas urnas — entre eles, o ministro Fernando Haddad e o vice Geraldo Alckmin.

*Jornalista da Veja

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