Manifestantes mantêm ocupação do plenário da Câmara Municipal do Rio
A ocupação do plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro completa hoje (12) quatro dias. Doze manifestantes estão no plenário. De manhã, outro grupo, que armou barracas em frente ao Palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara de Vereadores, ocupou as escadarias do prédio. Os manifestantes divulgaram hoje suas reivindicações. A ocupação da Câmara Municipal começou sexta-feira (9), quando jovens invadiram o plenário, exigindo mudanças na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus.
O grupo pede a renúncia dos membros da CPI e que apenas vereadores que assinaram o requerimento de criação da proposta façam parte da comissão. Os manifestantes defendem também a existência de uma CPI paralela, que seria formada pela população; a reforma do regime interno da Câmara; e a possível desocupação do prédio, preservando a integridade física e jurídica dos manifestantes.
Carregando cartazes, eles cantam e protestam contra escolha dos integrantes da comissão, que foram eleitos sexta-feira, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.
Os manifestantes dizem que não deixarão a Câmara até que tudo seja esclarecido. Segundo eles, a Câmara ainda não deu retorno sobre uma possível reunião com o grupo, que decidiu continuar tanto no plenário quanto do lado de fora do edifício, “acompanhando todo o trâmite para não permitir que outra CPI termine em pizza“.
Por causa da ocupação, os seguranças só estão permitindo a entrada de vereadores. Cristian Santiago, que trabalha no setor de Tecnologia da Informação da Casa,disse que não sabe o real motivo pelo qual está sendo impedido de trabalhar. “Até agora, os funcionários não têm informação sobre o que houve. O que sabemos é que tem manifestantes aí dentro. E a gente não pode entrar para trabalhar. Já liguei para o setor em que trabalho, mas acho que não tem ninguém lá.”
O vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a CPI, manifestou-se contra o fechamento dos portões da Câmara Municipal. “É lamentável. Isso aí não é a casa do povo? E a direção da Casa não tem dito o tempo todo que o acesso vai ser garantido? É complicado esse negócio”, questionou. Na opinião do parlamentar, as pessoas estão acostumadas a impor as coisas, a viver do aplauso e não admitem, de forma alguma, qualquer questionamento. “Mas agora a coisa está começando a ser diferente. Então, tem de existir diálogo franco”, afirmou.
Segundo Eliomar, nenhum integrante da CPI quer abandonar o cargo. “O que a mídia tem veiculado, até agora, é que ninguém abre mão de nada. Eu continuo. Eu sou membro nato da comissão e não abro mão, de forma alguma. E continuo brigando pela presidência, porque eu acho que é um direito legítimo meu”, acrescentou o vereador.
A primeira etapa da CPI dos Ônibus será amanhã (13), com a convocação do ex e do atual secretário de Transportes do município, Alexandre Sansão e Carlos Roberto Osório, respectivamente. Na reunião, também serão discutidos limites e insuficiências nos contratos firmados em 2010 entre a prefeitura do Rio e as empresas de ônibus que circulam no município. (Agência Brasil)