Marco Polo Del Nero renuncia a cargo da Fifa que será ocupado pelo filho de Sarney

Marco Polo Del Nero: alvo da CPI do Futebol
Marco Polo Del Nero: alvo da CPI do Futebol 
Leo Burlá

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, renunciou ao cargo que tinha no Comitê Executivo da Fifa, como membro da Conmebol. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, após uma reunião com membros da entidade Sul-Americana na sede da CBF, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que começou na quarta-feira e terminou hoje. Quem assumirá a vaga do cartola será Fernando Sarney, filho de José Sarney, que é um dos vice-presidentes da CBF.

Porém, a saída de Del Nero só será oficializada em dezembro, durante uma reunião da Fifa, em Zurique, onde fica a sede da entidade máxima do futebol. Del Nero argumentou que está impossibilitado de viajar e cumprir os seus compromissos por causa da CPI do Futebol. O nome de Sarney foi indicado pela CBF e acatado pela Conmebol. A CBF não se manifestará sobre o assunto.

Desde que os dirigentes da Fifa foram presos em maio, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, Del Nero tem evitado deixar o Brasil. O cartola não viaja mais para os compromissos ligados à CBF e até mesmo à Conmebol.

O presidente não esteve em nenhuma das partidas do Brasil na Copa América, no Chile, nos amistosos nos Estados Unidos, nem nos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018. Em agosto, o presidente da CBF nomeou Fernando Sarney, um de seus vices, para representá-lo em reuniões da Conmebol.

Investigação na CPI

O cartola também é investigado pela CPI do futebol e, na última semana, teve um pedido de habeas corpus impetrado negado pelo ministro Gilmar Mendes. Os advogados de Del Nero entraram com o pedido de uma medida liminar que garantisse ao cartola o direito de falar com seus advogados, ter o direito de permanecer calado e de não assinar um termo de compromisso no qual se comprometeria a falar a verdade durante seu depoimento na CPI do Futebol.

O presidente da CPI do Futebol, senador Romário, representado pela Advocacia Geral do Senado, desqualificou a defesa de Del Nero, que afirmava que o cartola estava na iminência de ser convocado no último dia 11 de novembro. O ex-jogador também pode pedir a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da modelo e apresentadora Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero.

Há a suspeita de que Carolina tenha sido usada como intermediária em transações em benefício de Marco Polo, e a comissão pretende investigar se algumas doações feitas a ela tiveram como finalidade trazer alguma vantagem ilícita ao presidente da CBF.

Os depósitos bancários datam de 2013 até 2014, quando os valores repassados para Carolina atingiram a soma de R$ 1,1 milhão. À época, esta quantia correspondia a aproximadamente 20% dos rendimentos de Del Nero. Caso estas informações sigilosas sejam obtidas pelos parlamentares, a comissão poderá averiguar se a modelo declarou este valor. O relacionamento amoroso dos dois durou de 2010 até 2014.

Fonte: Extra

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