Marcos Valérioo quer fazer delação na Lava Jato
Um dos personagens mais emblemáticos da corrupção brasileira, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que foi dono das agências de publicidade DNA e SMPB, que operaram os chamados ‘mensalões’ tucano e petista, procurou a força-tarefa da Operação Lava Jato para oferecer um acordo de delação premiada.
A informação consta de reportagem dos jornalistas Eduardo Kattah, Ricardo Brandt e Valmar Hupsel Filho (leia aqui). Condenado a 37 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, Valério entrou em contato com os procuraodres da Lava Jato por meio de seu advogado, Marcelo Leonardo.
O objetivo é conseguir eventual redução de pena em seu processo.
Valério alega ter informações a acrescentar relacionadas ao caso de um empréstimo concedido pelo banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, mas a oferta de Valério terá de ser analisada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma vez que ‘mensalão’ e ‘petrolão’ são processos distintos. Além disso, Valério, quando teve a oportunidade de fazer delação premiada no ‘mensalão’, rechaçou essa possibilidade.
Caso Celso Daniel
De acordo com a reportagem, Valério teria informações a prestar sobre o caso Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP), que foi assassinado. Confira um trecho:
Valério afirmou na época que foi informado pelo ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira que o pecuarista havia captado empréstimo de R$ 6 milhões no Banco Schahin e depois ficou sabendo que esse montante foi transferido para Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André (SP) que estaria chantageando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no episódio envolvendo o assassinato do ex-prefeito da cidade Celso Daniel (PT), em 2002.
Após ser preso, em novembro do ano passado, Bumlai admitiu em depoimento que o empréstimo de R$ 12 milhões captado em 2004 no Banco Schahin foi repassado para o caixa 2 do PT e metade desse valor transferido para Ronan Maria Pinto.
Valério havia relatado também que a “dívida” com o Banco Schahin teria sido viabilizada por meio da aquisição de sondas de petróleo alugadas pela Petrobras.