Marina faz agronegócio resistir a Campos

Gustavo Porto e Isadora Peron

Lideranças do agronegócio alertaram o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável presidenciável em 2014, que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB) ainda é vista como um obstáculo a um possível apoio do setor à sua candidatura. Campos se reuniu na noite dessa segunda-feira, 11, com representantes de entidades ruralistas num hotel na zona sul de São Paulo. O encontro foi organizado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

Os ruralistas se queixaram da posição de Marina contrária ao Código Florestal e de críticas feitas pela ex-ministra ao setor. “Todo mundo falou sobre isso e o Eduardo foi habilidoso em dizer que é preciso trabalhar essas divergências e amadurecer a discussão”, disse Luiz Carlos Correa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Rodrigues tratou Campos como “uma ponte” entre o agronegócio e os ambientalistas.

Em rápida conversa com jornalistas após o encontro, Campos procurou minimizar as críticas a Marina. “Há um grande desejo de fazer um diálogo, uma disposição das entidades de sugerirem pontos do programa. O debate foi positivo”, afirmou. “Ninguém falou essa palavra ‘empecilho’ lá dentro.”

Alguns dos presentes, contudo, foram categóricos: “Todo mundo colocou a Marina como um grande empecilho”, disse Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). “Foi uma reunião política e a preocupação era sobre a convivência entre a Marina e o agronegócio. Ainda é cedo para falar”, afirmou o diretor da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio Padua Rodrigues.

Estado de S. Paulo

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