Mateus Verdelho: ‘Não sou ex-marido nem namoradinho de ninguém’

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Filho de uma assistente social e um educador de rua (funcionário público que cuida de menores infratores em Ribeirão Preto), Mateus Verdelho ganhou fama nacional depois da última ‘Fazenda’. Antes, era conhecido apenas como “ex-marido de Dani Bolina”. O menino que nasceu pobre mas com cara de rico e burguês fala sobre sua rebeldia na vida e na profissão de modelo. Com um discurso ensaiadíssimo sobre o fim do relacionamento com Bárbara Evans, Mateus acaba concordando que ele e a loura tinham estilos de vida diferentes e, também por isso, a relação não deu certo. A partir de agora, entenda um pouco do excêntrico e autêntico Mateus Verdelho.

Em primeiro lugar, queria a sua avaliação sobre a vida antes e depois do programa ‘A Fazenda 4’.
Poxa, antes eu estava bem focado nas minhas coisas, tocando bastante pelo Brasil inteiro, e tudo o que está acontecendo na minha vida agora já estava na minha cabeça. Nesse momento, estou colocando em prática com a minha visibilidade. A ‘Fazenda’ me deu uma projeção com o público muito maior do que eu tinha e do que eu estava esperando. Agora tem muita coisa acontecendo, tipo dez vezes mais. Acho que o que mais mudou foi isso.

O que fez você decidir participar do programa?
Antes, se me perguntasse eu não iria, mas aí teve o fato de ter terminado com a Dani (Bolina) e achei que seria bom participar, já que meu nome estava muito vinculado ao dela. Não dependo de ninguém. Eu sou o Mateus, não sou namoradinho nem ex-marido de ninguém.

Foi a primeira vez que te procuraram para participar do reality show ou antes já tinha acontecido algum convite?

Houve uma conversa antes, estavam especulando, mas não foi nada tão concreto como dessa vez.

Como você avalia sua participação? Você imaginava que chegaria tão longe?
Bom, eu não pensei que iria chegar tão longe, mas, por outro lado, imaginava que iria longe por ter sido verdadeiro e não ter entrado com propósito nenhum de mudar imagem ou de vender meu peixe. Eu entrei realmente querendo me divertir, lógico, pensando no dinheiro do prêmio, só que não sou do tipo de pessoa que se vende tão fácil. Tem gente que entra ali e é capaz de fazer qualquer coisa pelo dinheiro. Acho que foi isso que me deu uma projeção boa. O público gostou de mim por eu ser verdadeiro.

Você acha que conquistou um público novo?
O público ampliou demais. Eu antes me comunicava com um certo público, lá no programa deu para mostrar o outro lado do Mateus e fez cair o paradigma daquela imagem, talvez bruta, do cara todo tatuado e com dente de ouro. Também sou carinhoso, tenho amor, gosto de brincar com todo mundo. Isso foi legal porque conquistou todo mundo e quebrou preconceito.

Você acha que a sua imagem assusta?
A primeira impressão daqueles que não me conhecem é que assusta um pouco, sim.

Por que você decidiu mudar tanto a sua aparência? Seu rosto tem traços finos e você transformou bastante. Tinha alguma coisa que te desagradava?
Eu cresci num meio do skate, da tatuagem, do rock e do rap. Isso foi uma coisa que eu sempre gostei, e desde moleque eu sabia que iria me encher de tatuagem. Eu sempre quis ser diferente, é uma coisa minha. Muita gente diz que eu faço de tudo para ficar esquisito. Eu não quero ser bonito, quero ser o Mateus Verdelho e eu sou assim. Sou feliz e gosto dessas coisas.

Você destoava, quando era mais novo, onde você circulava?
Por eu ser de uma família humilde, eu estudava em um colégio só de pessoas de classe baixa e aí, por eu ter essa aparência e esse rosto, sempre fui visto como playboy. Mas a aparência não quer dizer nada.

Te incomodava ter esse rosto de rico?
Não me incomodava de jeito nenhum, não.

Como surgiu a carreira de modelo?
Eu estudava em um colégio em Ribeirão Preto e uma agência de lá me chamava para fazer algumas publicidades, só que eu não gostava muito. Eu falava que não tinha nada a ver comigo, que o pessoal estava viajando. Só que comecei a fazer um trabalho aqui outro ali e, somando, dava mais do que eu ganhava por mês, que era R$ 1 mil. Eu trabalhava numa TV local e fazia de tudo: era câmera, cabo man e lá aprendi a fazer de tudo. Na escola tinha um concurso de beleza bem conhecido, e na final tinham globais e jurados donos de agências em São Paulo. Nessa de eu ir na brincadeira, ganhei o concurso da cidade e o nacional. Me chamaram para ir pra Globo fazer ‘Malhação’, só que eu nunca quis. Daí, eu não queria mais ficar na casa da minha mãe, também não queria mais fazer a faculdade de publicidade e propaganda e nem o meu emprego antigo. Fui então para São Paulo com uma amiga minha, que depois foi namorada. Ela já era modelo e eu acabei conhecendo a agência Mega Models. Através dela consegui fazer desfiles e participar de eventos de moda. Então começaram a surgir convites em países como Alemanha, Itália, Paris e Nova York.

Seu agente te influenciava a mudar o corpo com tatuagens ou eles travavam esse seu gosto?
As minhas agências sempre me bloqueavam de tudo e eu nunca dei ouvidos. Sempre fui o rebelde, mas sempre fui bem-aceito. Fui um dos primeiros modelos que começaram a tatuar o corpo, e lá fora fui muito bem-recebido, graças a Deus. Graças a minha rebeldia estamos aí dando certo.

Como é a sua relação com seus pais?
Minha relação com eles é boa, tudo ótimo. Eu digo até que eles são mais meus amigos do que pai e mãe. Mas, lógico, o carinho de pai e mãe sempre teve. Quando eu estou com eles, me sinto com meus amigos de infância. Eles são muito amigos, é uma relação em que a gente conversa sobre tudo.

Hoje em dia o seu cachê na agência é mais como personalidade e não é só como de modelo simplesmente, não é?
É. Hoje em dia mudou bastante. Não sou mais um modelo comum, é mais como personalidade mesmo. Mudaram muitas coisas.

Quanto subiu o seu cachê depois da participação na ‘Fazenda 4’?
Não sei de números, mas é o suficiente para eu ser feliz.

Você acha que teria sido melhor para você vencer o programa?
Lógico que seria bom, mas tudo que aconteceu eu acho que, para mim, foi bem melhor do que ganhar. Dinheiro não é tudo na vida, o que importa é como está o seu coração e mente. Dinheiro você trabalha e consegue.

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Você é filho único. Foi mimado?
Nunca. Todo mundo acha que fui mimado, mas minha mãe me criou para o mundo.

Você acha que ‘A Fazenda 4’ fez com que você sentisse a cobrança do público em relação a sua vida?
Sim, isso é porque o público hoje em dia vê a pessoa na televisão e já se acha íntimo dela, cobra muito e esquece que uma pessoa pública é como qualquer outra. Eu vejo isso como uma coisa normal, foi algo que eu escolhi, uma decisão minha, ninguém me forçou. Agora eu tenho que saber lidar com isso.

Mas parece que você não gosta. Ou lida numa boa?
Não é que eu não goste. Eu me preparo muito para isso. Eu estou sempre trabalhando esse lado e, querendo ou não, é uma coisa que eu vou ter que lidar sempre.

E como é a sua relação com a sua ex-mulher Dani Bolina?
Cara, é uma relação normal de ex-marido.

Se a relação não fosse boa, você falaria? Vocês têm contato?
Falaria, sim. Nós não temos nenhum contato.

Vocês viraram melhores amigos?
Não.

Você ficou amigo de alguém dentro do programa ‘A Fazenda 4’?
Do Beto, Yudi, Gominho e da Bárbara.

Você e Bárbara já se encontraram depois da separação?
Não. Eu não tenho tempo de comer e dormir. Está tudo muito corrido tanto para mim como para Bárbara. Ela está focada nas coisas dela e eu nas minhas.

Qual o motivo da separação de vocês?
Não teve motivo nenhum. Como casal, a gente percebeu que a nossa vida aqui fora é muito diferente da vida que a gente tinha lá dentro. Eu estou cheio de projetos e ela também. E, para a gente não prejudicar esse momento, a gente optou pelo lado profissional.

Mas isso não é uma desculpa que todo mundo dá para a imprensa? É uma questão de prioridade?
Eu acho, mas é a verdade. Agora minha prioridade é minha vida profissional, que está em primeiro lugar. Lá dentro a vida é diferente, aqui fora a gente tem muita coisa para fazer.

Aqui fora é um mundo novo pra vocês?
Exatamente. Saímos de lá de formas diferentes.

Já que você está sem tempo, não vai se envolver com ninguém?
Agora eu estou namorando com meu emprego.

Você pretende fazer alguma coisa em televisão? Já recebeu convite?
Já recebi mais de um, mas não tem nada consolidado. Não vou falar porque não está certo.

O que te dá mais prazer na vida: o trabalho como modelo ou DJ?
DJ. Não que eu não goste de ser modelo, tenho que agradecer muito a minha carreira. Já rodei o mundo todo, já fiz praticamente tudo que eu podia como modelo, só que eu agora estou feliz como DJ. Tenho muito amor pela música e estou estudando muito para cada vez me aperfeiçoar. É o que eu gosto de fazer hoje em dia.

Você já era alvo de cantadas. Como está agora?
Isso aí é uma coisa que eu sempre recebi. Agora a quantidade de cantadas está muito maior, mas eu acho que é natural. A partir do momento que você coloca a cara ali muda muita coisa. Graças a Deus eu nunca tive problema com isso. Desde moleque meu pai fala que eu tenho sorte com isso.

Você teve sua primeira vez com quantos anos?
Perdi a virgindade com 14 anos, mas a primeira vez que fiquei com uma menina foi aos 12.

Que tipo de música você odeia?
Não é que eu odeio, eu não ouço axé. Mas dependendo de onde eu estiver vou curtir, dançar e acabar ouvindo.

Leo Dias/O Dia

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