Mau cheiro e a falta de estrutura estão afastando clientes do mercado de Itapuã

mercado de Itapuã

Às vésperas da Semana Santa, feirantes do Mercado de Itapuã, local que se concentra grande comércio de pescados da cidade, amarga com a baixa das vendas. Demolido há quase um ano, os vendedores improvisados ao redor reclamam da falta de estrutura para trabalhar e da queda das vendas, que, segundo eles, beira os 50%. Na área o lixo foi recolhido, mas o mau cheiro deixado afasta os clientes. As obras no mercado que estavam previstas para começar em julho do ano passado, ainda não foram iniciadas.

A obra faz parte do projeto de Revitalização da Orla e do Mercado de Itapuã, apresentado pela Prefeitura de Salvador em fevereiro deste ano. No total, serão R$ 14 milhões investidos, sendo R$ 10 milhões destinados para a orla e R$ 4 milhões para o Mercado.  Esses recursos serão oriundos do Ministério do Turismo e da Prefeitura de Salvador. O novo mercado terá três pavimentos, sendo o primeiro voltado para peixaria; segundo destinado para comércio de artesanato e outros produtos; o terceiro uma área de convivência com bares, restaurantes e um palco para apresentações culturais.

O espaço ainda terá acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, vista para o mar e maior iluminação natural. O edital de licitação das obras está previsto para ser lançado na próxima quarta-feira, dia 9, enquanto a ordem de serviço para dia 19.  A reportagem da Tribuna da Bahia entrou em contato com a secretária Municipal de Ordem Pública, Rosemma Maluf, para confirmar essa informação, mas não obteve êxito.

Enquanto as obras não começam, os ex-feirantes reclamam do abandono do local. Vendedor de pescados há 25 anos, Gerson dos Santos, disse que está passando por necessidades financeiras. “Antes era o lixo, hoje o mau cheiro predomina aqui. Quem é que vai comprar assim com esse fedor? As vendas caíram. Estamos quase na semana santa e esse vazio que está, você está vendo aqui. Estamos nos virando aqui, amontoados’, questionou o vendedor a equipe de reportagem.

O mesmo sentimento de insatisfação é compartilhado pela cozinheira Maria dos Reis, que trabalha vendendo feijão há nove anos. “É uma desilusão, muito triste isso aqui. Nenhuma satisfação foi dada aos comerciantes da área. Isso aqui é a nossa vida, nosso ganha pão.  Sabemos que a obra vai beneficiar a todos aqui, mas há quase um ano nenhuma iniciativa nesse momento de transição entre a demolição e a construção do novo mercado foi tomada. Os comerciantes não foram relocados e estão trabalhando na improvisação. Está uma bagunça danada. O movimento também caiu. Em pleno domingo está assim vazio”, declarou.

Segundo o autônomo e morador de Itapuã, Josué dos Santos, o bairro não é mais o mesmo sem o mercado. “O domingo não é mais o mesmo. Nem parece que estamos em Itapuã. Não temos mais a variedade de produtos, os moradores estão migrando para fazer suas compras em outros locais com maior movimento. Os vendedores estão passando por necessidades. Está complicada a vida aqui. O lixo e os insetos estavam tomando conta do local. Precisamos de um posicionamento do que vai ser feito para que este problema não se torne algo maior.”, ressaltou o autônomo preocupado com a situação. (Tribuna)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *