Mauro Cid recebeu estudo sobre “poder moderador” dos militares, que justificaria golpe após a vitória de Lula

Tenente-coronel revelou que militares e Bolsonaro discutiram a implantação de uma ditadura no Brasil

Mauro Cid
Mauro Cid (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Uma revelação bombástica abala o cenário político relacionada ao plano golpista discutido em reuniões secretas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e altos escalões das Forças Armadas. O caso veio à tona após a divulgação de e-mails da equipe de ajudantes de ordens da Presidência, que indicam um encontro entre Bolsonaro, comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em 14 de novembro de 2022, apenas quinze dias após o segundo turno das eleições presidenciais.

O encontro, que não constava na agenda oficial do ex-presidente, teria ocorrido no Palácio da Alvorada e levanta questões sobre sua natureza e conteúdo. Dois dias após essa reunião, Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, teria recebido um estudo sobre o “poder moderador” de militares, uma tese adotada por bolsonaristas para justificar uma intervenção, segundo reportagem do jornal O Globo.

Segundo informações vazadas por Cid em sua delação, Bolsonaro teria se encontrado com a cúpula das Forças Armadas e integrantes do governo da ala militar após as eleições para discutir detalhes de uma minuta que contemplava medidas golpistas. Na época, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria supostamente declarado a Bolsonaro que sua tropa estava pronta para aderir a um chamamento do então presidente. Embora os e-mails relacionados à agenda do dia 14 de novembro não mencionem nominalmente os comandantes presentes, é importante ressaltar que as três Forças eram lideradas por Almir Garnier (Marinha), General Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Tenente-Brigadeiro do Ar Baptista Junior (Aeronáutica) naquela ocasião.

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