Mendonça Filho (DEM) declara neutralidade no 2º turno das eleições do Recife e critica Ibope: ‘acabou nos prejudicando’

Foto: Bruno Campos/JC Imagem
Foto: Bruno Campos/JC Imagem

O candidato a prefeito do Recife pelo DEM, Mendonça Filho, declarou, nesta segunda-feira (16), que optou pela neutralidade na disputa do 2º turno pela prefeitura do Recife.

Com isso, Mendonça não irá apoiar João Campos (PSB) nem Marília Arraes (PT).

“A atenção básica na saúde está degradada, a educação nesses 20 anos de PT e PSB ocupa a 21ª posição, uma lástima esse flagelo social que comentamos de coração partido, o IBGE coloca o Recife como a capital mais desigual do Brasil. É um diagnóstico triste da cidade. A disputa foi intensa, enfrentamos obstáculos, houve uma divisão do campo do centro para a direita muito forte, contribuí sempre para uma discussão aberta em favor de uma unidade que não foi alcançada. A nossa candidatura alcançou 25% dos votos válidos, ou seja, um quarto dos recifenses. E a posição política da cidade foi de negação e rechaço total ao que está aí. É contundente a resposta”, disse.

João teve 29,17% (233.028 votos) e Marília Arraes (PT)obteve 27,95% (223.248 votos). Ambos irão ao 2º turno. A nova votação será no dia 29 de novembro.

Mendonça Filho (DEM) ficou em terceiro lugar com 25,11% (200.551 votos). A candidata a vice na chapa dele foi a deputada estadual Priscila Krause, também do Democratas.

“PT e PSB não podem ser estabelecidas como a vontade da maioria, porque ambas se situam abaixo de 30%, em percentual próximo ao nosso. As circunstâncias levaram a uma disputa entre iguais. Nossa posição política, minha, de Priscila e do DEM, é de não apoiar nenhum. Sempre os combatemos nas urnas, apresentamos alternativas para o Recife e infelizmente não conseguimos captar os votos suficientes para passar ao segundo turno”, afirmou Mendonça.

Mendonça Filho também agradeceu a parceria com a candidata a vice na sua chapa, Priscila Krause, deputada estadual. “Uma mulher batalhadora, exemplar e que tem muito a oferecer ao Recife”.

Críticas ao Ibope

O candidato Mendonça Filho ainda fez críticas ao Ibope pela pesquisa divulgada na véspera da votação que apontou uma diferença de oito pontos percentuais entre ele e Marília Arraes, que apareceu como segunda colocada.

Na véspera da votação, o Ibope apontou que João Campos tinha 39% dos votos válidos, contra 26% de Marília Arraes, 18% de Mendonça Filho e 14% de Patrícia Domingos, do Podemos.

“Pela terceira vez o Ibope nos prega uma peça em véspera de eleição. Muitas vezes fiquei inseguro porque fica na interpretação que é choro de derrotado e não é isso. Em 2008, o Ibope cravou 58% dos votos válidos para João da Costa e 44% dos votos para os demais concorrentes, eu fui o mais votado pela oposição com 25% dos votos naquela ocasião. Nas urnas, bateu 51,5% para João e 48,5% para a oposição. Na véspera da eleição em 2018, na disputa pelo Senado, na véspera da eleição, no Ibope, eu tinha 13 pontos abaixo de Jarbas Vasconcelos. Na apuração da urna, tive menos de dois pontos percentuais abaixo de Jarbas. No sábado, o Ibope indicou uma distância de oito pontos válidos da minha candidatura para a de Marília”, disse Mendonça.

“É um vergonha. Eu queria que a diretora nacional do Ibope pudesse me esclarecer isso. Porque muitos eleitores votam naquela onda de quem tem mais chance para vencer a eleição. Já fui vítima três vezes do Ibope. Na boca de urna, mais uma vez a desmoralização. Quando abriu o resultado dos votos reais, cheguei a bater 26%, pouco menos de dois pontos percentuais atrás da minha adversária. Isso tem influência sim”, acrescentou

O candidato derrotado ainda pediu explicações à direção do Ibope pelos números divulgados na véspera da eleição e disse que nunca viu pesquisa do instituto “prejudicar candidatos no campo da esquerda”.

“Queria explicações técnicas do Ibope a respeito desse episódio, não vou usar isso como justificativa do momento eleitoral, mas temos um certo cansaço de instituições no Brasil que são blindadas e absolutas e que erram de forma flagrante para nos prejudicar. Nunca vi uma situação como essa prejudicar candidatos no campo da esquerda. Mas aqui os que sempre são favorecidos estão nos campos de PSB ou PT. Espero que o que eu fui vítima algum dia siga de referência para que a qualidade de instituições como essa elas possam busca a verdade dos fatos. O Datafolha foi preciso e foi preciso também em 2008. E o Ibope infelizmente acabou nos prejudicando” disse.

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