Um garoto de 11 anos foi resgatado pelo Conselho Tutelar de Londrina, no Paraná, após uma denúncia anônima na manhã desta terça-feira. O menino, que teve a identidade preservada, estava com as mãos e pés amarrados nas costas dentro da casa que morava com a mãe e padrasto, na Zona Norte da cidade.
A conselheira Fernanda Tassia, que acompanhava a equipe que foi checar a informação por volta de 11h, contou que os vizinhos da família que ouviram gritos e acreditavam que a mãe estava batendo no menino. Cansados da situação, acionaram o Conselho.
— Chegamos ao local e chamamos pela mãe do menino, que não estava em casa. Na falta de resposta, chamamos pelo garoto. Ele respondeu, disse que não poderia atender a porta por que estava trancado. Insistimos e ele disse que não conseguiria abrir a porta pois estava amarrado — descreveu Fernanda.
Por causa da resposta do menino, a Polícia Militar foi acionada para auxiliar a equipe do Conselho Tutelar a entrar na residência. Vizinhos também ajudaram, trancando os cachorros da raça rottweiler e pitbull que estavam soltos no terreno.
— Antes de entrar na casa, olhei pela janela do quarto e o vi no chão. Ele estava deitado, com as mãos e pés para trás, já inchados — descreveu.
O menino relatou que tinha sido amarrado pelo padrasto, com o consentimento da mãe, antes das 9 horas, quando ele saíram para trabalhar. De acordo com a conselheira, antes da denúncia o menino havia fugido de casa por dois dias por medo do casal, que teria um comportamento agressivo com ele.
O menino já teria sido amarrado outras vezes com pedaços de tecido, toalhas e fios, mas a situação desta terça-feira foi a primeira denunciada ao Conselho. O garoto não tem histórico de envolvimento com tráfico ou crime, segundo Fernanda, e está regularmente matriculado em uma escola.
A mãe e o padrasto do menino chegaram em casa durante a ação, foram encaminhados para o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) de Londrina e aguardam para serem ouvidos. O Conselho Tutelar tenta contato com a família por parte de pai, já falecido, do menino.
Fonte: Extra