Mesmo depois da operação da Polícia Federal que meteu pessoas na cadeia, direção do Hospital Regional é processada por aplicar calote no SAAE de Juazeiro 

Da Redação

Há quase um mês a Polícia Federal deflagrou, com o apoio da Controladoria-Geral da União, a Operação Metástase, que desarticulou esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados à gestão do Hospital Regional de Juazeiro – HRJ, com a determinação de cinco mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão, pois agora surgiu mais outro fato grave envolvendo a direção da unidade de saúde: aplicação de calote no mercado de Juazeiro. De acordo levantamentos da reportagem do AP, a vítima desta vez foi a empresa de Serviço de Água e Saneamento Ambiental – SAAE/Juazeiro.

Enquanto o povo do interior  de Juazeiro sofre com a falta de água tratada, o Hospital Regional desperdiça o liquido molhando grama de jardim. A irresponsabilidade é tanta que o local fica submerso

A direção do hospital passou mais de um ano sem pagar a conta pelo consumo de água, sendo que o valor da dívida hoje é de aproximadamente R$ 2,5 milhões. Depois de inúmeras tentativas de acordo, o advogado da Autarquia, Dr. Henrique Rosa foi obrigado à ingressar com processo de cobrança e execução  contra o Hospital Regional APEMICA Castro Alves, na Vara da Fazenda Pública Juazeiro. “O valor já chega a quase 2,5 milhões. A ação foi ingressada no dia 26 de novembro deste ano, pois até esta data, o hospital já se encontrava na dívida ativa. Uma petição foi encaminhada à Justiça Federal informando sobre o débito”, informou Dr. Henrique.

Calote 

Em Juazeiro, o SAAE tentou negociar a dívida com a direção do hospital, mas como não obteve êxito, o advogado se deslocou até a capital baiana. “Estive na secretaria de saúde, em Salvador,  conversando com o diretor financeiro Dr. Cléber para tentar solucionar a pendência, mas não houve jeito. Eles poderiam até fazer acordo parcelando o débito”, lamentou.

Na peça do processo, foi destacado que a Executada “é uma má pagadora das contas de água, há muito tempo, pois faz o parcelamento e não honra as prestações, chegando ao ponto de dever um valor estratosférico, não restando outra alternativa se não ajuizar ação […] A Executada sempre alegava falta de recurso financeiro para pagar mês a mês a conta de água, mas a Bahia inteira foi surpreendida com noticiários de que a gestora da executada teve a sua prisão decretada por suspeita de corrução e fraude em processos licitatórios”. Veja abaixo:

Ainda na ação, foi destacado que a SESAB  – órgão de responsabilidade do Governo do Estado – foi conivente com o rombo e atrocidades praticados pela APEMICA, isso porque, “não realizou ações mensais de acompanhamento do contrato de gestão, tipo supervisão e fiscalização, apenas confeccionando relatórios trimestrais de avaliação quantitativa e qualitativa”. Com isso, a SESAB “por via indireta é responsável pelo prejuízo causado ao SAAE, por falta de fiscalização”.

A SESAB passou à ser conivente por não ter fiscalizado de maneira clara as ações da APEMICA

A reportagem tentou contato com a direção da SESAB até o fechamento desta matéria e não conseguiu.

 

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