O percurso do Tricolor de Aço tanto no Campeonato Baiano quanto na Copa do Nordeste, até o presente momento, o levou ao topo. O time é líder de ambas as competições e conseguiu resultados convincentes durante o trajeto. Na última quarta-feira, alcançou mais um triunfo no certame Regional e ficou com a liderança do Grupo B do torneio, superando inclusive o organizado Fortaleza.
No Baianão, depois que o elenco principal assumiu as pontas (a partir da terceira rodada), a equipe sofreu apenas uma derrota, contra o Vitória, em jogo que chegou inclusive a estar na frente do marcador. Na Copa do Brasil, o desafio seguinte, conseguiu passar de fase sem a mínima dificuldade ao golear o Moto Club (4 a 0), fora de casa.
O bom desempenho no Estadual o garantiu, além da classificação antecipada, a mais absoluta chance de terminar a fase de pontos corridos da competição como líder — o que é vantajoso porque o clube decidiria o jogo de volta do mata-mata diante da sua torcida.
O Esquadrão é o único time entre aqueles que tem chance de fechar a rodada na liderança que depende só de si para isso. Um triunfo no duelo contra a Jacuipense, no domingo, na Fonte Nova, já é o suficiente. Mesmo assim, o sinal de alerta está ligado não só entre parcela da torcida, mas também na cabeça do treinador Rogério Ceni.
O que mudar?
No jogo diante do CRB, em Maceió-AL, o Bahia voltou para casa com os três pontos computados por causa de gol salvador do meia Thaciano, que garantiu a vitória magra no embate ao mostrar frieza na frente do goleiro adversário.
Ter assumido a liderança do Nordestão é sem dúvida alguma algo muito positivo, mas mesmo assim o ‘professor’ Ceni, em coletiva pós-jogo, não deixou de pontuar que o que viu em campo não o agradou tanto assim.
“Não fizemos um grande jogo, não adianta esconder. Acho que no final os dois times cansaram muito. É um sinal de alerta. Não criamos tanto hoje. O que fica de bom são os três pontos. É um campeonato curto, só a gente conseguiu três vitórias até agora. Mas foi um triunfo ligeiramente preocupante. Hoje não foi aquilo que a gente esperava”, afirmou.
Há de se considerar, claro, o desgaste físico com viagens, além do time não ter tido tanto tempo para treinar desde seu duelo anterior, que havia ocorrido no domingo. Mas, levando em conta o calendário que a equipe vai enfrentar em março (possivelmente nove partidas), o futebol apresentado pelo Bahia se tornar instável é preocupante.
Nas redes sociais, enquanto o Tricolor Baiano resistia aos ataques do CRB com dificuldade, ficou também nítido para alguns torcedores o jogo abaixo que estava fazendo os comandados de Ceni.
As críticas chegaram a ser destinadas até mesmo ao trabalho da direção executiva de futebol do Bahia, responsável pela contratações de atletas. No “X” (antigo “Twitter”), a postagem referente ao jogo que teve maior engajamento expressa essa queixa.
“O Bahia não tem lateral esquerdo e contratou apenas um zagueiro. O Bahia não tem peças de reposição suficientes e qualificadas para o meio campo. Thaciano é o ‘homem gol’ do time”, apontou um torcedor.
Para fazer a torcida continuar a sonhar alto na temporada (essa com o maior valor investido em contratações da história do clube) é o desempenho da equipe contra adversários que impõem grande intensidade nas partidas, como foi também no Ba-Vi, que precisa mudar.
Para Ceni, isso vai acontecer quando sua equipe tiver mais tempo de treino. “Temos que respeitar a parte física para tentar não ter lesões. Não temos conseguido treinar muito. Não tivemos uma semana livre para trabalhar. Vocês lembram no Brasileiro como o time melhorava nas semanas livres?”, disse o técnico.