Militares suavizam sisudez do governo Jair Bolsonaro

Generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno são indispensáveis ao governo Bolsonaro

Bastou Bolsonaro ausentar-se do Brasil, pela primeira vez, como presidente da República, para os brasileiros começarem a se dar conta de que os militares estão tendo um papel importante no governo dele. Bolsonaro pode até tê-los convocado no intuito de desagravá-los por terem sido acusados tantas vezes por civis que terem dado um golpe em 64 para instalar uma ditadura que durou 20 anos. Mas na prática a teoria é outra, a começar pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, que assumiu a Presidência no último domingo e ficará no cargo até a madrugada desta sexta-feira. Durante os quatro dias de interinidade, ele recebeu prefeitos, deputados federais e estaduais, entre eles o pernambucano Marco Aurélio, deixando em todos a impressão de que se trata de um homem cordial, boa braça, brincalhão e totalmente enquadrado nos princípios democráticos consagrados pela Constituição de 88.

É mil vezes melhor do que o senador Magno Malta, que era a primeira opção de Bolsonaro. E tem jogo de cintura suficiente para acalmar o presidente nos dias em que ele estiver com o pavio curto. Outro oficial absolutamente importante dentro do governo é o general Augusto Heleno, que inicialmente seria ministro da Defesa e depois foi deslocado para o Gabinete de Segurança Institucional. Ele também é ponderado e cumpre um papel importante no Palácio do Planalto, que é apagar os incêndios que o próprio presidente inaugura quando se irrita com os órgãos de imprensa que fiscalizam o governo. (Inaldo Sampaio)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *