Miss Jaboatão evita ficar em casa após ser alvo de ataque racista: ”estou me sentindo desconfortável”

Lenita Dellary conversou com o Diario de Pernambuco e contou que evita ficar muito tempo em casa

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De acordo com a modelo, ter que sair de casa para se sentir mais segura atrapalhou a rotina (Foto: Lenita Delllary via Instagram)
A miss Jaboatão dos Guararapes, Lenita Dellary, contou em entrevista ao Diario de Pernambuco que está evitando frequentar o condomínio onde mora após sofrer racismo. O caso aconteceu na quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, quando a modelo foi atacada verbalmente por uma vizinha que a chamou de “macaca” e ordenou que ela fosse morar em uma favela.
“Ela sempre fica passando no meu corredor,  na frente da minha casa. Inclusive, eu me sinto intimidada, porque ela está fazendo isso com recorrência… Eu tive que sair de casa. Eu estou em outro lugar, justamente para não ficar trombando com ela, porque eu estou me sentindo desconfortável com a presença dela”, relata Lenita Dellary, que mora em Piedade.
De acordo com a modelo, ter que sair de casa para se sentir mais segura atrapalhou a rotina, uma vez que ela trabalha e precisa administrar uma loja de biquínis. Apesar da situação ter chegado aos ouvidos dos parentes da agressora, que é idosa, nada foi feito para coibir os ataques racistas.
“A gente já conversou com a família dela sobre isso. Não é a primeira vez que nós conversamos com a família, mas eles não estão nem aí. Inclusive, pediram desculpas à minha mãe e não pediram diretamente a mim e não chegaram para conversar comigo”, detalha a miss.
De acordo com o relato de Lenita, a vizinha já havia a atacado outras vezes, dizendo que o namorado dela era bonito demais para a modelo, apenas porque ele é branco. Além disso, a miss contou que já foi acusada de ter furtado um sutiã da vizinha e que deveria alisar o cabelo.
Lenita contou que o caso mais recente, registrado por vídeo, foi o “estopim” para que ela tomasse providências legais. “Aprenda a morar em edifício, porque eu moro aqui há sete anos e nunca aconteceu nada. Macaca! Parece uma macaca!”, disse a agressora no ataque de quarta.
O caso foi registrado pela Polícia Civil como calúnia e injúria racial e um inquérito policial foi instaurado para apurar todas as circunstâncias. Agora, a modelo espera que a justiça seja feita e que ela sirva de exemplo para outras pessoas vítimas de racismo.
“Não adianta a gente denunciar e as autoridades não fazerem a parte delas. Eu espero que ela pague pelo que fez. Espero que as pessoas criem coragem para denunciar, porque a gente se cala tanto e se limita para para poder apaziguar a situação e as pessoas infelizmente não estão nem aí para o que as outras estão sentindo. Isso tudo por causa da tonalidade da pele”, afirmou.

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