Moraes suspende porte de arma de Janot e o proíbe de se aproximar de ministros do STF

Foto: Carlos Moura/STF
Foto: Carlos Moura/STF
Publicado por Fillipe Vilar

Nesta sexta-feira (27), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu o porte de armas do ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot. A proibição se baseia na revelação que o procurador aposentado fez em seu livro, “Nada Menos que Tudo”, onde afirma ter entrado no prédio do STF armado, com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. Depois de praticar o ato, Janot afirmou que se suicidaria.

A decisão foi baseada no inquérito que apura ameaças e ofensas a ministros do Supremo. Juntamente com a medida, Moraes emitiu um mandado de busca e apreensão na casa do ex-procurador.

Ao saber da afirmação de Janto, o ministro Gilmar Mendes afirmou o ex-PGR é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

“Não imaginava que nós tivéssemos um potencial facínora comandando a Procuradoria-Geral da República”, disse Mendes na saída de um seminário no Tribunal Superior Eleitoral.

Busca e apreensão

A Polícia Federal (PF) realizou na tarde desta sexta-feira (27) fez uma ação de busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília. As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorreram após Janot afirmar, em entrevista, que chegou a ir armado com um revólver ao STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. O fato teria ocorrido 2017.

Mais cedo, ao tomar conhecimento das declarações, Gilmar Mendes pediu a Moraes, que é relator de um inquérito que investiga fake news e ofensas contra a Corte, a suspensão do porte de arma de Janot e a proibição de sua entrada no STF.

Livro explosivo

O episódio é narrado por Janot no livro que lança esta semana, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-PGR, entretanto, resolveu agora revelar a quem se referia. O nome de Mendes foi citado em entrevista à imprensa.

“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, escreve Janot no livro.

Em 2017, circulou na imprensa a informação de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, defendia a empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato, em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ex-PGR atribuiu a divulgação da informação a Mendes e, por isso, cogitou matá-lo, segundo o relato.

Em nota, Mendes declarou que Rodrigo Janot é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

Rodrigo Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos de dois anos, de 2013 a 2017. As duas indicações foram feitas pela então presidente Dilma Rousseff, após ele ter ficado em primeiro na lista tríplice elaborada por membros do Ministério Público. Nas duas ocasiões, Janot foi sabatinado e aprovado pelo Senado.

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