Morre escritor dinamarquês Hans Christian Andersen

Autor se inspirou nos Irmãos Grimm para escrever ‘Patinho Feio’, ‘A Princesa e a Ervilha’ e ‘Pequena Sereia’; ele escreveu 156 contos de fada
O escritor dinamarquês, famoso por seus contos de fada destinados a crianças e adultos, Hans Christian Andersen morre em 4 de agosto de 1875. Muitos dos contos de fada de Andersen apresentam personagens que conquistam a felicidade após passar por sofrimentos e conflitos. O Patinho Feio e A Pequena Sereia são os trabalhos que mais refletem o íntimo do contista.

Andersen nasceu nas favelas de Odense em 2 de abril de 1805. Seu pai, Hans Andersen, um pobre sapateiro remendão, acreditava que tinha origem aristocrática. A mãe, Anne Andersdatter, trabalhava como lavadeira. Embora fosse pouco instruída e supersticiosa, abriu para o filho o mundo do folclore. Andersen representou-a em seus contos e na história Hun duede ikke (Ela Não Era Boa). Anne morreu em 1833.

Wikicommons

‘O Patinho Feio’, escrito por Andersen, com ilustração de Vilhelm Pedersen

Andersen recebeu parca educação. Quando criança, era muito emotivo, sofrendo todo tipo de temores e humilhações devido à pequena estatura e interesses considerados afeminados à época. Estimulado pelos pais, escreveu seus próprios contos de fada e montou espetáculos de bonecas e marionetes.

Em 1816, seu pai morreu e Andersen, com 11 anos, se viu forçado a trabalhar. Foi durante curto período aprendiz de tecelão e alfaiate. Aos 14 anos, mudou-se para Copenhague, conseguindo juntar-se ao Royal Theater: “Sabia que, a partir desse exato momento, minha mente foi despertada para o conto e a poesia”. O adolescente começou a escrever peças teatrais, todas elas rejeitadas.

O poema de Andersen A Criança Moribunda foi publicado num jornal de Copenhague na mesma ocasião em que se apaixonou platonicamente por Riborga Voigt, noiva em segredo do filho do químico local, Poul Bøving, com quem se casou em 1831. Uma bolsinha de couro contendo uma carta de Riborga foi encontrada ao lado de Andersen quando morreu.
Fotografia de Andersen (data desconhecida)
A partir de 1831, viajou por toda a Europa e se tornou um viajante inveterado. Durante as suas jornadas encontrou-se em Paris entre outros com Victor Hugo, Heinrich Heine, Balzac e Alexandre Dumas.

Produção

A fama de Andersen reside em seus contos de fada e histórias escritos entre 1835 e 1872. Contos contados para Crianças apareceu num livrinho barato em 1835. Nesta e nas primeiras coletâneas, publicadas em todo Natal, Andersen retomou as histórias que ouviu quando pequeno, mas aos poucos começou a criar os próprios contos.

O terceiro volume, publicado em 1837, continha A Pequena Sereia e A Roupa Nova do Imperado. Entre outros conhecidos contos estão O Patinho Feio; O Soldadinho de Chumbo; A Caixinha de Surpresas; O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio; A Princesa e a Ervilha. Inspirado na grande tradição dos contos árabes e nas histórias folclóricas compiladas e adaptadas pelos Irmãos Grimm, Andersen tornou-se conhecido como o pai do moderno conto de fadas. Ademais, os trabalhos de Andersen eram originais. Somente 12 de seus 156 contos de fada foram colhidos nas histórias populares.

Andersen trouxe novos fundamentos tanto no estilo quanto no contexto, empregando expressões e construções da linguagem falada. À época, a linguagem dos contos de fada era didática, ele introduziu a ambiguidade. Crianças e desajustados costumam falar a verdade e eles serviram de porta-vozes em questões morais. A feiura do heroi ou heroína com frequência ocultava a beleza interior, que se revelava após os infortúnios.

Andersen morreu em sua casa em Rolighed, sem nunca ter se casado ou tido filhos. A data de nascimento do escritor, 2 de abril, assinala o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil, e o mais importante prêmio literário do mundo no gênero, atribuído pelo International Board on Books For Young People, tem o seu nome.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *