Na madrugada desta quarta-feira 10, o mundo acadêmico acordou em luto. O pernambucano Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido como Chico de Oliveira, morreu aos 85 anos.

Os familiares não divulgaram a causa da morte. O velório acontecerá no salão nobre do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Oliveira foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980, mas depois se decepcionou com a legenda após Lula chegar ao poder. Em 2004, esteve ligado com a criação do PSOL, mas depois também se desencantou com a sigla.

O sociólogo nasceu em 1933 na cidade de Recife. Ingressou na universidade aos 23 anos para cursar ciências sociais na antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco.

A partir da década de 1960, Oliveira lançou ensaios que se tornaram referências, como “Crítica da Razão Dualista”, “Elegia para uma Re(li)gião” e “O Ornitorrinco”.

Na ditadura, o sociólogo foi preso e torturado por fazer parte do grupo de estudos sobre o “O Capital”, obra de Karl Marx.

Nos últimos anos de sua vida, Chico de Oliveira se mostrava descrente e cético com a política e a economia do Brasil. Chegou a escrever um livro como o título “O Adeus do Futuro ao País do Futuro”.