Mortes violentas: relembre assassinatos que chocaram a Bahia em 2024

Crimes que ocorreram na Bahia também ganharam destaque nacional

Por Redação

O ano de 2024 foi marcado por muitas mortes violentas na Bahia, que chocaram não apenas o estado, mas também chegaram a ganhar repercussão nacional.

Nesta retrospectiva, o Portal A TARDE resgatou os casos de homicídio que geraram comoção social e até hoje deixam marcas, principalmente para os familiares.

Relembre os 10 principais casos em ordem cronológica:

  • Motorista de app assassinado em assalto

A Bahia parou para acompanhar a morte trágica do motorista por aplicativo Marcos Luís Silva Alves, de 29 anos. Ele foi assassinado durante um assalto em uma corrida. O caso ganhou repercussão porque toda a cena do crime foi filmada.

O crime aconteceu na Av. Luís Viana Filho, a Paralela, e foi registrado pela câmera interna do veículo. Menos de 24 horas depois, os suspeitos foram capturados.

A vítima teria aceitado uma corrida no bairro do Imbuí para levar dois homens à região do Shopping Paralela. A filmagem mostra um suspeito no banco do carona e o segundo, que aponta a arma para a cabeça da vítima, no banco de trás.

Os autores do crime atacaram o motorista a tiros no meio do trajeto. Em seguida, os dois deixaram a cena do crime levando o carro, de modelo Renault Kwid. O veículo foi localizado na suburbana.

Já os suspeitos foram detidos por equipes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), vinculados a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). Os dois foram encontrados em Simões Filho, município na Região Metropolitana de Salvador.

Thiago Tavares – esquartejado em Vila Verde

O jovem, que era morador de Cajazeiras, teve um surto psicótico e acabou sendo capturado por traficantes da localidade de Vila Verde
O jovem, que era morador de Cajazeiras, teve um surto psicótico e acabou sendo capturado por traficantes da localidade de Vila Verde | Foto: Redes sociais

“Eu te fiz alguma coisa? eu te fiz alguma coisa?”, quem mora em Salvador com certeza lembra essa fala que emocionou muitas pessoas com o desfecho que teve. A pergunta foi feita pelo jovem Thiago Tavares, de 24 anos, antes de ser morto com requintes de crueldade e ter o corpo esquartejado.

O jovem, que era morador de Cajazeiras, teve um surto psicótico e acabou sendo capturado por traficantes da localidade de Vila Verde, na região de São Cristóvão. As partes do corpo foram localizadas no dia 16 de maio por populares após serem descartadas em dois sacos em via pública. No local, parentes da vítima entraram em desespero ao constatar o ocorrido com o jovem.

Um vídeo feito pelos criminosos mostra o rapaz deitado no chão sendo interrogado pelo “tribunal do crime”. “Como é seu nome, p**? Como é seu nome, parceiro?”, questiona um dos suspeitos, enquanto Thiago responde indagando: “Eu te fiz alguma coisa? Eu te fiz alguma coisa?”.

Uma semana depois, a polícia prendeu três envolvidos, que são integrantes de um grupo criminoso, com forte atuação na localidade do Parque São Cristóvão. outro suspeito se apresentou e, além disso, um dos envolvidos no homicídio, identificado como Carlos Eduardo do Carmo Oliveira, foi assassinado e o corpo foi localizado em uma área de mata, no Parque São Cristóvão

  • Caso Aisha Vitória
A criança de 8 anos desapareceu e no dia seguinte foi encontrada morta a poucos metros de casa
A criança de 8 anos desapareceu e no dia seguinte foi encontrada morta a poucos metros de casa | Foto: Leo Moreira / Ag. A TARDE | Reprodução / Redes Sociais

A morte de Aisha Vitória foi uma das mais chocantes da Bahia em 2024. Moradora do bairro Pernambués, em Salvador, a criança de 8 anos desapareceu e no dia seguinte foi encontrada morta a poucos metros de casa, em cima de sacos de material de construção, com os pés e mãos amarrados na manhã do dia 23 de julho.

Após investigações das autoridades, uma boneca e um par de sandálias da vítima foram encontradas na casa do vizinho Joseilson Souza da Silva, que admitiu a autoria do crime. Ele teria tentado abusar sexualmente da garota e, em seguida, a matou asfixiada.

Após confessar o crime para a polícia, Joseilson sofreu tentativa de linchamento de populares, mas foi conduzido em segurança para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro de Itapuã.

Joseilson está no presídio de Salvador, a penitenciária Lemos Britto. Ele irá a júri popular, e pode pegar até 40 anos de prisão.

  • Delegada assassinada
A delegada da Polícia Civil Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi assassinada pelo namorado
A delegada da Polícia Civil Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi assassinada pelo namorado | Foto: Redes sociais

A delegada da Polícia Civil Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi assassinada pelo namorado. O corpo dela foi encontrado no banco do carona do próprio carro, que estava parado em uma área de mata no município de São Sebastião do Passé, região metropolitana de Salvador. O caso aconteceu no dia 11 de agosto.

O namorado da delegada Tancredo Neves, 26 anos, foi preso e confessou o crime. Primeiro ele inventou para a polícia a versão de que os dois teriam sido sequestrados, mas depois assumiu que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” para se defender de supostas agressões durante uma discussão.

Tancredo Neves tem 26 passagens pela polícia e todas por agressão. Ele é investigado ainda por exercício ilegal da medicina.

Patrícia Aires era natural de Recife (PE) e deixou um filho. Especialista em direito penal e processo penal, ela tomou posse como delegada na Bahia em 2016, tendo passado por algumas cidades até atuar como plantonista em Santo Antônio de Jesus. A delegada assassinada tinha forte atuação justamente no combate à violência de gênero e chegou a passar pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam).

  • Caso Martinha – Valença
A auxiliar administrativa Helmarta Sousa Santos Luz, de 38 anos, conhecida como “Martinha”, desapareceu após sair para o trabalho em Valença
A auxiliar administrativa Helmarta Sousa Santos Luz, de 38 anos, conhecida como “Martinha”, desapareceu após sair para o trabalho em Valença | Foto: Redes sociais

No dia 25 de setembro, a auxiliar administrativa Helmarta Sousa Santos Luz, de 38 anos, conhecida como “Martinha”, desapareceu após sair para o trabalho em Valença, no baixo sul da Bahia. Dois dias após o desaparecimento, o ex-marido dela, o taxista Carlos Mendes dos Júnior confessou que matou Helmarta.

O homem estrangulou a mulher com uma corda, colocou o corpo dela em uma mala e jogou no rio Jaguaripe, em trecho da Ponte do Funil, em Itaparica. Após buscas, o corpo dela foi encontrado.

De acordo com amigos e familiares de Helmarta, Carlos tinha um comportamento abusivo e era muito ciumento, o que teria causado o fim no relacionamento. Apesar de estarem separados há oito meses, o ex não aceitava o término e tentava reatar. A mulher iniciou um novo relacionamento, o que despertou raiva de Carlos e ele então cometeu o crime.

  • Morte irmãos Natividade – Malê Debalê
Músicos do bloco Malê Debalê
Músicos do bloco Malê Debalê | Foto: Arquivo Pessoal

No dia 7 de outubro, um ataque a tiros terminou com quatro pessoas baleadas, no Emissário de Arembepe, destino turístico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Dos quatro feridos, dois morreram: os irmãos Natividade, percussionistas do bloco afro Malê Debalê.

De acordo com a Polícia Militar, o adolescente Gustavo Natividade, de 15 anos, foi encontrado morto dentro de uma barraca. Já o jovem Daniel Natividade dos Santos, de 21, teve o óbito constatado depois, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe.

As quatro vítimas baleadas moravam no bairro de Itapuã, em Salvador, e estavam na localidade a passeio, em uma pequena excursão que contou com 150 pessoas, divididas em três ônibus.

Além de tocar instrumentos no Malê Debalê, eles ajudavam e trabalhavam com a avó vendendo acarajé na praia de Itapuã. A idosa, que preferiu não revelar a identidade, contou que o ataque aconteceu após eles tirarem uma foto supostamente fazendo sinais com as mãos, que podem ter sido confundidos com gestos de facções.

Dias depois, os suspeitos do crime foram identificados. Recentemente, a polícia realizou uma operação intensa para desarticular o grupo criminoso e prendeu seis suspeitos.

  • Chacina em Heliópolis
O caso ocorreu no dia 18 de outubro, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dom Pedro I, situado no povoado de Serra dos Correias
O caso ocorreu no dia 18 de outubro, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dom Pedro I, situado no povoado de Serra dos Correias | Foto: Joá Souza/GOVBA

Um estudante de 14 anos matou três colegas em uma escola rural no município de Heliópolis, cidade a cerca de 340 km de Salvador. Em seguida, o jovem tirou a própria vida em seguida.

O caso ocorreu no dia 18 de outubro, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dom Pedro I, situado no povoado de Serra dos Correias.

Samuel Santana portava um revólver calibre 38 quando invadiu o local. As vítimas foram identificadas como Adriane Vitória Silva Ferreira, 15 anos, Fernanda Souza Gama, 15 anos, Jonatan Gama Santos, 15 anos. Todos assistiam a aula quando o adolescente efetuou os disparos

A arma utilizada era do pai e um novo inquérito para apurar o crime de posse ilegal de arma de fogo foi instaurado contra responsável pelo adolescente.

A Polícia Civil aguarda a decisão judicial, de quebra de sigilo de dados telemáticos, para que seja apurada a motivação do crime. Os Departamentos de Inteligência da Polícia Civil (DIP) e de Polícia Técnica (DPT) aguardam também decisão para início das perícias nos computadores e celulares dos adolescentes.

  • Morte do ex-ator Mirim João Rebello
A polícia já descartou a ligação da morte do ator com atividade criminosa
A polícia já descartou a ligação da morte do ator com atividade criminosa | Foto: Reprodução | Instagram, Arquivo | TV Globo

O ex-ator mirim João Rebello foi executado a tiros dentro de um carro, na noite do dia 24 de outubro, no centro de Trancoso, distrito turístico de Porto Seguro, na Bahia. Segundo a Polícia Civil, dois homens em uma motocicleta se aproximaram do carro, atiraram à queima-roupa e fugiram. Ao menos 12 tiros foram registrados.

A motivação do crime ainda está sendo apurada, mas a polícia já descartou a ligação da morte do ator com atividade criminosa. A linha de investigação é que a morte ocorreu por engano.

Policiais militares localizaram uma motocicleta que teria sido utilizada por um dos suspeitos para cometer o crime e identificou os suspeitos. Em seguida, um dos suspeitos se entregou à polícia.

João largou a carreira de ator para seguir a de DJ e usava o nome artístico de “Vuje”. João morava na cidade com a mulher, Karen, e levava uma vida tranquila.

  • Desaparecidos Ferro Velho
Justiça decretou a prisão preventiva do dono do ferro-velho
Justiça decretou a prisão preventiva do dono do ferro-velho | Foto: Reprodução | Redes Sociais

Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, desapareceram no dia 4 de novembro após saírem de suas casas para trabalhar como diaristas em um ferro-velho no bairro de Pirajá

O principal suspeito é o proprietário do estabelecimento, Marcelo Batista da Silva. Ele é considerado o mandante do crime e chegou a dizer que os jovens tinham realizado roubos no estabelecimento. Em 9 de novembro, a Justiça decretou a prisão preventiva do empresário, mas ele fugiu e é procurado pela polícia. A suspeita é que ele tenha saído do país.

Até hoje os corpos dos jovens não foram encontrados, mas laudos periciais analisados pela Polícia Civil (PC) apontaram que os dois jovens foram assassinados dentro do ferro velho.

Até o momento, duas pessoas foram presas por suspeita de envolvimento: um soldado da Polícia Militar, identificado com o apelido de “Maguila”; e o gerente do ferro-velho, conhecido como “Cabecinha”.

  • Execução Alto de Ondina
ação foi gravada com câmera de celular por uma testemunha
ação foi gravada com câmera de celular por uma testemunha | Foto: Redes sociais

O adolescente Gabriel Santos Costa, de 17 anos, foi morto a tiros no bairro de Ondina, em Salvador, no dia 1º de dezembro. O homem suspeito de atirar nele e em outro jovem de 19 anos foi identificado como o policial militar Marlon da Silva Oliveira. A ação foi gravada com câmera de celular por uma testemunha.

Marlon, que atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar, no bairro da Boca do Rio, não estava fardado, nem usava o carro da corporação. Ele alegou legítima defesa em depoimento à Polícia Civil e afirmou que os jovens tentaram assaltá-lo.

Nas imagens, é possível ouvir que o suspeito xingou e agrediu as vítimas. Depois, mandou que os rapazes colocassem o rosto no asfalto e as mãos na cabeça. Eles obedeceram às ordens do suspeito, que fez uma espécie de revista. Mesmo rendidos, os dois foram baleados com mais de 10 tiros.

A Justiça determinou a prisão de Marlon e o agente segue preso desde o dia 08 de dezembro. Além disso, a PM o afastou do cargo até que seja concluída a investigação.

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