As jovens morreram na noite do último domingo (26), quando a motocicleta em que estavam colidiu com um carro de grande porte na rodovia CE-162. O motorista do veículo fugiu sem prestar socorro. Segundo a investigação, o principal suspeito do acidente é o vereador Renan Barroso Cavalcante, que deve prestar depoimento nos próximos dias.

De acordo com Nayara, a descoberta da morte da filha foi marcada pelo desespero. “Meu namorado me chamou para nós olharmos (o local do acidente). Eu não sabia ainda que era ela [a filha]. Só estava um pessoal olhando a minha filha enganchada no carro, a minha sobrinha jogada do outro lado e sem ninguém dentro do carro”, relatou.

Familiares e amigos das vítimas se reuniram em frente ao hospital de Paraipaba para pedir justiça. O grupo protestou contra a falta de responsabilização do condutor do veículo. “Era a minha sobrinha e a minha filha. Eu amava minha filha. A gente quer justiça, eu não vou jamais deixar a morte da minha filha assim”, desabafou Nayara.

Testemunhas afirmam que o motorista não prestou socorro após a colisão e fugiu do local. “Ele não assumiu um volante? Então ele tem que assumir a responsabilidade dele, porque ele tirou a vida de duas jovens, duas jovens que tinham um futuro lindo pela frente, duas meninas maravilhosas”, declarou Eloísa Batista, madrasta de Isabelle.

A moto e o carro envolvidos no acidente foram apreendidos e levados para a Delegacia Municipal de Paraipaba, responsável pelas investigações. Segundo o delegado Aurélio de Araújo, um inquérito policial foi instaurado e a apuração do caso aguarda os laudos cadavéricos e da perícia forense.

“Nós fomos no local, colhemos fotografias lá onde aconteceu o fato, que foi em uma curva. Nessa curva, provavelmente o vereador teria saído um pouco da mão de direção dele, e terminou com as moças que montavam a motocicleta e vinham de sentido contrário”, explicou o delegado.

A defesa do vereador afirma que ele não está foragido e que apenas não permaneceu no local do acidente por “temer a aproximação de familiares”. “Ele não está foragido, não. O advogado disse que a qualquer momento que eu quisesse, ele seria apresentado pra gente ouvi-lo no interrogatório”, afirmou o delegado Aurélio de Araújo.

Até o momento, a defesa de Renan Barroso Cavalcante não se manifestou oficialmente sobre o caso.