Mulheres de 30 a 39 anos são maioria dos inadimplentes

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A cara da inadimplência no varejo do país é uma mulher, com idade entre 30 e 39 anos, com dívidas que ultrapassam os R$ 500. O perfil foi traçado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), em estudo divulgado nesta quinta-feira, que detalha como se comporta a inadimplência no comércio brasileiro em agosto.

A pesquisa também detalha a taxa de calotes por sexo e idade. Separando apenas por sexo, o levantamento aponta que há um ligeiro equilíbrio entre consumidores dos gêneros feminino e masculino. As mulheres representam 54% da parcela de inadimplentes, enquanto que os homens, 46%.

Mas o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, destaca que as mulheres consomem mais, o que explica, em partes, o maior número de inadimplentes no grupo. Segundo Borges, as mulheres são responsáveis por 58,76% das vendas do varejo, enquanto os homens por 41,24%

— É natural que sejam ligeiramente mais inadimplentes — disse.

Por idade, a maior parte dos cadastros de nome sujo no SPC são de pessoas entre 30 e 39 anos, que equivalem a 25,8% de todos os inadimplentes.

— São pessoas inseridas em um perfil comumente atribuído a chefes de família, que arcam mensalmente com compromissos frequentes e pesados como aluguel, água, luz, telefone e mensalidade escolar. Esse fato, aliado à falta de planejamento financeiro ou a imprevistos, pode acarretar no atraso de parcelamentos — diz Borges.

O valor das dívidas em atraso superava os R$ 500 para 50,78% dos consumidores inadimplentes em agosto. Em julho, o percentual era ligeiramente menor, atingindo 48,97% dos casos. Para Borges, este resultado é uma tendência que se mantém desde o início do ano e reflete as compras de bens duráveis com maior valor agregado e que na maioria das vezes, são parcelados entre 12 e até 48 meses.

Em agosto, a inadimplência no país no comércio varejista cresceu 0,72%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A projeção da CNDL e do SPC é que a inadimplência registre novas altas pelos próximos meses e comece a recuar com a proximidade das festas de final de ano, período em que tradicionalmente há uma maior recuperação de crédito por conta da entrada do décimo terceiro salário na economia. Quando comparada com julho, a taxa de inadimplência, que mede o atraso de pagamentos superiores a 90 dias, ficou um pouco maior e avançou 1,34%. (O Globo)

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